quinta-feira, 18 de abril de 2013

Game ensina educação no trânsito para jovens

 http://porvir.org/
Game ensina educação no trânsito para jovens:
Para participar de uma corrida que acontece na cidade fictícia de Santa Fé, um adolescente que acaba de completar 18 anos precisa tirar sua primeira carta de habilitação e mostrar que conhece todas as regras de trânsito, sem cometer infrações. Esse é o enredo principal do game educativo Vrum, criado pela startup Think Box, nos padrões de jogos queridos dos adolescentes como o GTA – sigla de Grand Theft Auto, série de games que simula locais fictícios modelados em cidades norte-americanas. O Vrum, que é direcionado a estudantes do 6o ao 9o ano, tem o intuito de ensinar aos jovens, desde cedo, a serem mais responsáveis no trânsito. A proposta é levá-los a conhecer melhor a sinalização, as questões que envolvem a segurança dos motoristas e dos pedestres, os órgãos e entidade do trânsito. E ainda, os prepara melhor para as etapas de obtenção da carteira de habilitação, simulando exames como o psicotécnico e até exercícios de baliza.
“Decidimos trabalhar na educação do trânsito pela inexistência de iniciativas preocupadas com isso. A ideia é que o jogo também ajude os professores a trabalhar o tema de modo transversal no currículo, já que o Código de Trânsito Brasileiro, de 1998, afirma que educação no trânsito deve ser aplicada em todo o ensino básico”, afirma Pedro Alves, diretor de desenvolvimento da Think Box. “No Brasil, infelizmente, o governo gasta bilhões remediando o que acontece depois dos acidentes e com campanhas publicitárias sobre o assunto, e esquecem de criar programas mais efetivos nas escolas”, completa.

crédito romantsubin / Fotolia.com

 “Nosso sonho maior é formar jovens que se tornem motoristas e pedestres mais educados, responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres”
O game começa com a chegada do jogador à autoescola, acompanhado pela mãe. Na cidade fictícia, em um ambiente 3D, ele caminha, anda de bicicleta, pega ônibus e dirige e, ao longo de todo o processo, é desafiado a respeitar as regras de trânsito. “Queremos também descontruir a figura do carro como único meio de transporte. Por isso, no game o jogador precisa usar o transporte público, como ônibus e trem, para entender que esses meios podem gerar menor impacto ambiental, diminuição de trânsito, entre outros aspectos”, afirma.
Na autoescola, o personagem se submete, por exemplo, a procedimentos para tirar a carteira de habilitação, como as simulações dos exames de vista, psicotécnico e teórico, realizados no Denatran. Realiza ainda os treinamentos básicos, como dirigir em circuitos e pela cidade, realizar a prova do Detran, fazer o emplacamento do carro e entender a importância do transporte público. “A cada dois minutos, um acidente de trânsito acontece em alguma via do país, ou seja, uma média de 30 acidentes por hora. Nosso sonho maior é formar jovens que se tornem motoristas e pedestres mais educados, responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres”, diz.

crédito divulgação

Todas as ações do personagem são convertidas em duas formas de pontuação. A primeira se refere à pontuação relacionada à carteira de motorista do jogador e a segunda à pontuação do ranking geral, que representa os bônus pelas ações e missões que o jogador realiza na cidade de Santa Fé.
O game é gratuito, porém, por enquanto, está disponível apenas para escolas públicas da Paraíba que fazem parceria com o Detran. A startup também vem contatando o órgão junto a secretárias de educação, para a comercialização do projeto em grande escala para instituições de todo o país.
“Dos dez países do mundo com mais problemas no trânsito, nove estão na América Latina. O Brasil está em quinta colocação. No futuro, também planejamos criar um jogo voltado para o público latino-americano”
A proposta é não só oferecer o game, mas o Programa Brincando e Aprendendo Sobre o Trânsito, metodologia para implementação da educação para o trânsito nas escolas. O programa inclui a capacitação dos professores, suporte técnico e a ajuda para analisar gráficos e relatórios que são gerados a partir da atuação dos alunos nos games. “Será possível ter um diagnóstico do aluno ao decorrer do jogo, mostrando sua evolução. Por exemplo, saber se ele conseguiu diminuir o limite de velocidade, quantas vezes respeitou a faixa de pedestres e sinalização”, diz. Também são realizadas ações motivacionais, selecionando e premiando os melhores jogadores por escola ou cidade por meio do ranking.
Os criadores do jogo sonham também em expandir a iniciativa para outros países. O nome da cidade fictícia Santa Fé foi escolhido estrategicamente. De fácil pronúncia pelos vizinhos latinos, Santa Fé também a capital do estado norte-americano do Novo México. “Dos dez países do mundo com mais problemas no trânsito, nove estão na América Latina. O Brasil está em quinta colocação. No futuro, também planejamos criar um jogo voltado para o público latino-americano”, afirma Alves.

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