segunda-feira, 25 de março de 2013

Teste rápido para a tuberculose será oferecido no SUS

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Foto: Rodon Vellozo / ASCOM-MS
Com a nova tecnologia, o diagnóstico sai em duas horas. O teste deverá estar disponível na rede pública a partir do segundo semestre deste ano
O Ministério da Saúde vai disponibilizar, gratuitamente, na rede pública, um teste rápido para diagnóstico de tuberculose com capacidade de detectar a presença do bacilo causador da doença em apenas duas horas. O Gene Xpert, como é denominado, também identifica se a pessoa tem resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento da doença. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (25) pelo secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, em solenidade que marcou o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, celebrado neste domingo (24).
Para a implementação da nova tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde está investindo R$ 12,6 milhões. Os recursos são para a aquisição de testes, máquinas (computadores de última geração, com leitor de código de barras e impressora) e no treinamento dos profissionais de saúde. O teste rápido deverá ser disponibilizado na rede pública até o final desde ano.
“Este teste permite que as pessoas deixem as unidades de saúde já com o diagnóstico, possibilitando, assim, que iniciem o tratamento mais precocemente”, afirmou o secretário Jarbas Barbosa, durante a solenidade.
O Gene Xpert, que já está em funcionamento nas cidades do Rio de Janeiro e Manaus desde o ano passado, será implantado em todos os municípios com mais de 200 casos novos notificados em 2012. Também será disponibilizado nos municípios considerados estratégicos, segundo critérios epidemiológicos (municípios com grande população prisional, população indígena e algumas cidades de fronteiras). Do total de casos de tuberculose, 60 municípios respondem por 56% das novas notificações de todo o país.
SATISFAÇÃO – O teste rápido para o diagnóstico da TB utiliza técnicas de biologia molecular para identificar o DNA do Mycobacterium tuberculosis. No Rio de Janeiro e em Manaus foram realizados estudos de aceitabilidade e custo-efetividade do uso do novo teste. No quesito qualitativo, o Gene Xpert revelou alta satisfação por parte dos usuários e profissionais de saúde, especialmente pela rapidez no resultado e simplicidade de execução.
Segundo o secretário, com a implantação da nova tecnologia, o diagnóstico da tuberculose será mais eficiente, já que o novo método também apresenta sensibilidade maior (em torno de 95% na identificação dos casos) do que a metodologia tradicional (a baciloscopia de escarro), com sensibilidade de identificação de 60 a 70% dos casos. “Com o Gene Xpert, esperamos um aumento na detecção da chamada tuberculose resistente e, consequentemente, a redução da morbidade e mortalidade pela doença”, destacou Barbosa.
No exame tradicional são necessários de 30 a 60 dias para realizar o cultivo da micobactéria e outros 30 dias para se obter o diagnóstico de resistência à rifampicina). Com o novo teste, os índices de sensibilidade e especificidade chegam a 92,5% e 99%, respectivamente. O que diminui radicalmente a possibilidade de um resultado falso positivo.
CASOS - Dados do novo boletim epidemiológicorevelam que, no ano passado, o país registrou 70.047 casos novos de tuberculose, número 9,6% menor do que o em 2002 – com 77.496. Em 2012, a taxa de incidência da doença foi de 36,1/100 mil habitantes, enquanto em 2002 era de 44,4/100 – o que representa uma queda de 18,6% no período. Em 2010, o número aproximado de óbitos foi de 4,6 mil e a taxa de mortalidade em 2,4/100 habitantes.
“No Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, precisamos chamar a atenção para a doença como problema de saúde pública. Temos que combinar ações de saúde e estratégias que beneficiem as populações mais vulneráveis à doença”, afirmou o secretário, citando o trabalho das equipes de saúde da família no atendimento a estas populações.
Quanto ao perfil do paciente, aproximadamente 66% dos casos de tuberculose notificados, em 2012, são do sexo masculino. A frequência é maior entre 25 e 34 anos, em ambos os sexos. Quanto à escolaridade, 58,2% dos casos novos tinha até oito anos de estudo. São mais vulneráveis à doença as populações indígenas, presidiários, moradores de rua – estes devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições específicas de vida -; além das pessoas vivendo com o HIV.
Em 2012, o percentual de pacientes com tuberculose, que fizeram teste de detecção do HIV, subiu para 53,3%. Em 2001, apenas 25,8% dos pacientes fizeram o teste. Como a tuberculose é a principal causa de morte de pessoas com HIV, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sobrevida do paciente.
CAMPANHA – O Ministério da Saúde vai enviar aos estados 1,5 milhão de folhetos explicativos da doença direcionados à população, além de 156 mil cartazes e 251 folders/cartilhas para os profissionais de saúde. O slogan da campanha é “Tuberculose: Tosse por mais de três semanas é um sinal de alerta. Quanto antes você tratar, mais fácil de curar. Procure uma unidade de saúde”.
Com abrangência nacional, a campanha tem como público principal homens, entre 25 e 35 anos. Seu principal objetivo é alertar e mobilizar a população sobre os riscos de contrair a doenças e as medidas de prevenção. Os textos reforçam que o tratamento é um direito de todos, garantido pelo SUS.
A tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro, é o principal sintoma da tuberculose.  Qualquer pessoa com este sintoma deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. Para atingir a cura, o paciente deve realizar o tratamento durante seis meses, sem interrupção, que é oferecido gratuitamente pelo SUS.
Valéria Amaral / Agência Saúde

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