sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Parte 2

PROJOVEM - HISTÓRIA DE ANA MORADORA DE COSTA BARROS

CLUBE ESCOLAR DA PAVUNA - CAN CAN - MOSTRA DE DANÇA

ANTENOR NASCENTES - FECEM 2010

ESCOLA MUNICIPAL ROSE KLABIN - FESTA CAIPIRA

ESCOLA MUNICIPAL COELHO NETO - AGORA GINÁSIO CARIOCA - BANDA MARCIAL COELHO NETO

ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ PEDRO VARELLA - Banda da Escola Jose Pedro Varela

Encontro de ex-alunos da Escola Alberto José Sampaio 31/01/2009

ESCOLA MUNICIPAL MARCOS TAMOYO - festa marcos tamoyo p.3

ESCOLA MUNICIPAL CYRO MONTEIRO - Formandos 2010.

GUILHERME TELL - O INÍCIO DE UMA TROPA DE ELITE

CIEP ZUMBI DOS PALMARES - RIO DIVERSIDADE 2010 etc. (versão I)

1903 Antenor Nascentes

ESCOLA MUNICPAL ZILDA NUNES - " Dança do quadrado "

ESCOLA MUNICIPAL LEVY MIRANDA

Núcleo de Artes Albert Einstein

Você tem medo de quê?.wmv

NÚCLEO DE ARTES GRANDE OTELO

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/01/31/estado-registra-menor-numero-absoluto-de-homicidios-em-20-anos-923650266.asp

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/01/31/estado-registra-menor-numero-absoluto-de-homicidios-em-20-anos-923650266.asp

DIRETO DO FACEBOOK

Precisamos, urgentemente, de 2 PII para a nossa UE, que é somente de Educação Infantil.
Por favor, informem aos amigos professores. As turmas, fofinhas, são do 2º turno.
Nossa escola fica na Av. Brasil, passarela nº 27, em frente ao ASSAI Atacadista.
Aguardamos contato. Tel 3372 6780

Brasil é segundo maior consumidor mundial de ritalina

Palavras ao vento?

do Ideias em educação


Excepcional o primeiro pronunciamento em cadeia nacional da Presidenta Dilma ontem! Que bom ver nossa líder máxima colocando educação em seu devido lugar, depois de oito anos nos conformando com o discurso “educação é coisa de bobo” do Presidente Lula.
Mas, como vocês sabem, a Fundação Lemann não dorme no ponto e está sempre alerta para mostrar o que separa grandes discursos e anúncios públicos do que é necessário para fazer a educação funcionar, em especial para os alunos mais vulneráveis. Então vamos ao que deve ser monitorado daqui para a frente, de forma que realmente a sala de aula típica brasileira se torne um lugar de aprendizado de alto nível para todos. Portanto, muito diferente do que é hoje.
Em primeiro lugar, enquanto não tivermos um currículo nacional muito ambicioso, não há ponto de partida para treinamento de professores, avaliação de alunos e de professores, planejamento de aulas e escolha de materiais escolares e didáticos em nível nacional. Poderemos ter a mesma coisa em nível estadual, mas ficamos com o risco de mantermos as desigualdades regionais. Não adianta ter currículo, ele deve ser DETALHADO E AMBICIOSO. A Fundação Lemann está estudando os currículos dos seguintes países:
Canadá (Matemática e Língua)
Chile (Matemática e Língua)
Estados Unidos (Matemática e Língua)
Portugal (Língua Portuguesa e Matemática)
E os está comparando com o do Estado de São Paulo (Língua Portuguesa e Matemática) e o do Município de São Paulo (Língua Portuguesa e Matemática). Recomendamos fortemente que as senhoras e os senhores os estudem e comparem. São ótimos pontos de partida para fazermos um nosso, charmozinho e brasileiro, mas de alto nível e comparado ao que há de melhor no mundo. Como deve ser.
Em segundo lugar, a Presidenta Dilma disse que vai equipar as salas de aula. Desde que seja com material didático de alta qualidade e professores excepcionais, ótimo. Como fazê-lo já? Sugerimos a reformulação do Plano Nacional do Livro Didático, com a reposição ANUAL dos livros, para que cada aluno tenha o seu, de preferência consumível (aqueles em que o aluno pode fazer os exercícios no próprio livro) para as séries iniciais – primeiro ciclo, que as redes municipais de ensino possam escolher os livros por coleções inteiras e não misturadas, e, finalmente, que os sistemas de ensino possam fazer parte do PNLD, nem que seja com uma análise técnica da qualidade dos materiais e serviços oferecidos pelas editoras para que cada município possa adquirir o seu, se preferir, com toda a confiança.
Em terceiro e último lugar, para não cansarmos os leitores numa linda sexta-feira de verão, o financiamento. Estados e Municípios, embora possam ainda fazer um belo trabalho de recomposição das despesas estritamente ligadas à qualidade de ensino, já estão no máximo de suas capacidades de investimento em educação. Agora o dinheiro que falta necessariamente tem que vir do Governo Federal. Em primeiro lugar para cumprir sua função redistributiva e de complementação para o exercício do direito à educação e em segundo, para fazer valer a Constituição que grava 18% das receitas de impostos da União para o investimento em educação.
O Governo Federal ao longo das últimas décadas tem feito mil manobras para não cumprir esta obrigação e o resultado disso é que apenas 3% do gasto público federal vai para educação. Isto não reflete o discurso que educação é prioridade e nós aqui da Fundação Lemann não vamos parar de chamar atenção para isto. Percentual de PIB não é boa forma de acompanhar os gastos porque não leva em consideração o percentual de pessoas de um país que está em idade escolar. Países com população mais velha podem gastar menor proporção do PIB e ainda assim, manterem educação de alto nível. Temos que aumentar o gasto público por aluno e pronto. O bom do complemento vir do Governo Federal é que este gasto vai ser auditado pelo Tribunal de Contas da União. Uma maravilha!
Assim, acho que temos sim motivos para comemorar, mas nenhuma razão para relaxar. Se esta será a Presidenta da educação, não sabemos. Mas vamos reconhecer que ela começou com o pé direito.

Domínio Público já reúne 187.533 obras digitalizadas

Durante as férias nas escolas, o site tem 500 mil visitas, e duplica a quantidade de acessos nas aulas

11 de fevereiro de 2011 
 
O portal Domínio Público (www.dominiopublico.gov.br), biblioteca digital desenvolvida em software livre e mantida pelo Ministério da Educação (MEC), atingiu em janeiro um total de 187.533 obras registradas no acervo digital em forma de textos, imagens, áudio e vídeos. O conjunto de produções cadastradas amplia-se em cerca de 3 mil obras a cada mês, desde agosto.
Reprodução
Reprodução
Obras como 'Adoração dos Magos' de Leonardo da Vinci estão disponíveis no portal

Em janeiro, foram catalogadas 3.471 obras. De acordo com o MEC, a grande quantidade de novas mídias é consequência da parceria com outros ministérios e bibliotecas do Brasil. "A intenção é de que o Domínio Público deixe de ser apenas um portal do Ministério da Educação para ser um portal de conteúdo de todo o governo federal", diz o diretor de Infraestrutura em Tecnologia Educacional do ministério, José Guilherme Ribeiro. A página foi formada em 2004, com conjunto inicial de 500 produções, para favorecer o acesso grátis a literatura, artes e ciências.

Durante as férias nas escolas, o site tem 500 mil visitas, e duplica a quantidade de acessos nas aulas. "O MEC quebrou um paradigma ao começar a oferecer material de qualidade, gratuitamente, sejam filmes, partituras, obras literárias ou animações", afirma. Os materiais mais buscados são as obras escritas, que tiveram até hoje quase 24 milhões de downloads. A Divina Comédia, do escritor, poeta e político italiano Dante Alighieri, poemas do português Fernando Pessoa e clássicos do dramaturgo inglês William Shakespeare e do escritor brasileiro Machado de Assis estão entre os mais acessados.
Entre as 11.906 imagens, as notáveis pinturas do artista plástico, cientista e escritor italiano Leonardo da Vinci, como a Adoração dos Magos, A Última Ceia e La Gioconda, ocupam a liderança na relação das mais procuradas. Uma nova versão do portal tem início ainda neste semestre.


Portal de arte e literatura cadastra 3 mil obras por mês

Portal de arte e literatura cadastra 3 mil obras por mês

Parcerias que funcionam

Parcerias que funcionam

Escola promove encontros entre professores efetivos e aposentados

Escola promove encontros entre professores efetivos e aposentados

Alfabetização: 6 práticas essenciais | Língua Portuguesa | Nova Escola

Alfabetização: 6 práticas essenciais | Língua Portuguesa | Nova Escola

Pesquisa revela aumento do uso de tabaco entre idosos no mundo


ENSP, publicada em 10/02/2011

Pesquisa baseada em revisão de literatura concluiu que a prevalência de tabagismo entre idosos foi de 13% em ambos os sexos. A maior taxa foi encontrada entre idosos do sexo masculino que vivem em países de renda mais alta. O trabalho reuniu pesquisadores de diversas instituições, entre eles Evandro Coutinho, da ENSP/Fiocruz. O objetivo do estudo, segundo o grupo condutor, foi combinar os resultados de pesquisas identificadas sobre a prevalência do tabagismo entre idosos, para estimar sua prevalência mundial e possíveis fatores relacionados a este tipo de comportamento. Foram utilizadas as bases de dados eletrônicas MedlineLilacs e Biological Abstracts, além de jornais especializados.

trabalho, publicado na edição de dezembro de 2010 da revista Cadernos de Saúde Pública, da ENSP/Fiocruz, revela que o uso do tabaco é responsável por quase 10 mil mortes por dia e cerca de 4,9 milhões de mortes por ano em todo o globo. O tabagismo tem sido associado a diversas doenças, como isquêmicas do coração e respiratórias, acidentes vasculares cerebrais, câncer de pulmão e do trato digestivo, entre outros. Além de Evandro Coutinho, participaram da pesquisa Valeska Marinho e Jerson Laks, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Sergio Luís Blayd, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.

Todas as pesquisas analisadas foram publicadas entre 1992 e 2004, sem restrições de linguagem. Os pesquisadores buscaram identificar documentos que apresentassem pessoas que fizessem uso do tabaco diariamente ou não, independe da quantidade de fumo. Os dados coletados abrangeram todos os continentes em ambos os hemisférios (Norte e Sul). Ao todo, foram incluídos 140.058 idosos nas pesquisas relatadas. A taxa de prevalência do tabagismo (13%), em ambos os sexos, acabou sendo maior em homens (22%) do que em mulheres (8%). 'As diferenças de gênero no uso do tabaco são bem conhecidas entre os adultos, apesar de coortes recentes terem demonstrado maior utilização em mulheres jovens. Essas estimativas implicam que, no futuro, o uso de tabaco pode aumentar entre mulheres idosas, reproduzindo a tendência observada nos grupos jovens', afirmam os pesquisadores.

Para o grupo, o estudo mostra que o uso do tabaco entre idosos é um problema de saúde potencialmente evitável e extremamente importante para a sociedade. Entretanto, poucos estudos epidemiológicos avaliaram as taxas de consumo de tabaco entre idosos até o momento. São necessárias novas pesquisas com essa população, visando identificar melhor seus problemas de saúde, além de uma análise mais profunda sobre seus fatores culturais e socioeconômicos. 'Em resumo, nesse estudo é possível concluir que existe um aumento das taxas de prevalência do uso de tabaco no sexo masculino, embora seja possível também verificar a tendência de crescimento do consumo de tabaco entre mulheres idosas, conforme observado entre os mais jovens', encerram.

CONEXÃO DAS ARTES - SME-RJ: EXPERIÊNCIAS NO ENSINO DA ARTE (I)

CONEXÃO DAS ARTES - SME-RJ: EXPERIÊNCIAS NO ENSINO DA ARTE (I): "Bill Viola Ensino da arte: Um espaço poético Por Greice Cohn (Arte educadora) Memorial da obra Este vídeo descreve um método de trabal..."

Novas leituras para reciclar o conhecimento



Por Blog Acesso

“Um espírito original sabe subordinar a leitura à sua atividade pessoal”, diz Marcel Proust em Sobre a leitura. Para o escritor francês, a leitura teria o potencial de ativar, de incitar os desejos do leitor, levando-o a pensar sobre o conteúdo apreendido e a agir segundo o que acabou de inferir das páginas do livro.
Em época de início de ano, em meio ao sentimento de renovação dominante, adotar o pensamento de Proust pode ser bastante produtivo e significar uma reciclagem de ideias para compor novas estratégias, projetos e planejamentos. Para ajudar nessa empreitada, selecionamos alguns lançamentos do mercado editorial. Divirta-se!
A cultura-mundo 
Autor: Gilles Lipovetsky e Jean Serroy
Editora: Companhia das Letras
Sinopse:  Usando referências da história, da sociologia, da psicologia e da estética, Lipovetsky e Serroy defendem a tese de uma “cultura-mundo” cheia de nuances: embora imediatista, não despreza a herança do passado; embora individualista, estimula a participação social; embora racional, vê nascer em seu interior a religiosidade como bálsamo para o “indivíduo diante de si mesmo, sem rede de proteção”.
A dádiva
Autor: Lewis Hyde
Editora: Civilização Brasileira
Sinopse: Uma defesa do valor da criatividade e de sua importância em uma cultura cada vez mais governada pelo dinheiro e abarrotada de produtos. A partir de referências à história, à literatura e à antropologia, Hyde constrói seu argumento de que a obra de arte é uma doação, e não uma mercadoria, e mostra como o “comércio do espírito criativo” funciona na vida dos artistas e na cultura como um todo.
Modelos culturais, saberes pedagógicos, instituições educacionais: Portugal e Brasil, histórias conectadas 
Autor: org. Marta Maria Chagas de Carvalho e Joaquim Pintassilgo
Editora: EdUSP
Sinopse: Os textos deste livro têm em comum o interesse por questões relativas a modelos culturais, à circulação internacional e a modalidades diferenciadas de apropriação local deles. internacional.
Mecanismos internos 
Autor: J. M. Coetzee
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: O vencedor do prêmio Nobel de literatura de 2003 e de dois Booker Prizes também é autor de uma sólida produção ensaística, ainda pouco conhecida no Brasil. No livro, que reúne 21 textos, quase todos escritos para a New York Review of Books, Coetzee oferece sua visão pessoal sobre a vida e a obra de grandes nomes da cultura mundial como Nadine Gordimer, Robert Musil e Walter Benjamin.

Bibliographia Brasiliana
Autor: Rubens Borba de Moraes
Editora: EdUSP
Sinopse: Primeira edição em português da Bibliographia Brasiliana, fonte padrão de referência para bibliotecários, pesquisadores, estudiosos e livreiros de obras sobre o Brasil. Composta em dois volumes, contém o registro de obras publicadas no exterior de 1504 a 1900, e de autores brasileiros, impressas antes de 1822.
Papéis avulsos 
Autor: Machado de Assis
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: Primeiro livro de contos publicado por Machado de Assis (1839-1908) após Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Papéis avulsos apresenta uma exploração multifacetada e irônica da situação do Brasil e dos brasileiros. Introdução de John Gledson e notas de Hélio Guimarães.
Bauman sobre Bauman 
Autor: Keith Tester
Editora: Zahar
Sinopse: Quem é Zygmunt Bauman? O que faz Bauman? Por que um dos principais sociólogos contemporâneos faz o que faz? Essas três perguntas guiam os cinco diálogos que o sociólogo Keith Tester manteve com Bauman na primavera/verão de 2000, reunidos agora nesse volume.

O Dia da #Educopédia

O Dia da #Educopédia: "
Queridos Educopedistas,

Hoje foi um dia muito especial! O dia do #Educontágio. Os professores da SME do RJ conheceram a #Educopédia!

Foi um sucesso a apresentação da Educopédia na Multirio hoje, tivemos um número recorde de perguntas nos dois turnos da apresentação e muitas ligações.

Confiram alguns trechos apresentados na edição de hoje, porém, foram gravados em janeiro de 2011.

Divulgaremos o programa na íntegra em breve.


NAVEGANDO NA EDUCOPÉDIA



EXPERIÊNCIA NO PROJETO PILOTO 2010


CONHECENDO A EDUCOPÉDIA PELOS EDUCOPEDISTAS

"

Arte-educação: um debate que vai muito além da teoria



Por Blog Acesso

“Pois a arte é infância. Arte significa não saber que o mundo já é, e fazer um. Não destruir nada que se encontra, mas simplesmente não achar nada pronto. Nada mais que possibilidades. Nada mais que desejos. E, de repente, ser realização, ser verão, ter sol”. Tantas outras definições de o que é a arte quiseram ser um dia como essa, escrita por Rainer Maria Rilke, em Cartas do poeta sobre a vida. Porém, foi o poeta austro-húngaro do início do século passado que conseguiu transformar tantas inspirações em palavras. Rilke mesmo, que escrevera certa vez que “mais inexprimíveis do que qualquer outra coisa são as obras de arte”; e que ao desconsiderar a importância do valor crítico em relação às percepções e sensações íntimas disse: “as obras de arte são de uma solidão infinita: nada pior do que a crítica para as abordar. Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas”.
Advindo desse e de outros assertivos pensamentos, de que a beleza e o conhecimento de obras de arte devem ser sentidos e vividos mais do que analisados simplesmente por seu rigoroso valor estético, que foram concebidas novas idéias para o aprendizado da arte em escolas e instituições culturais. Assim, para  abordar o assunto que permeia a relação educacional entre escolas e museus e mostrar sua importância para o desenvolvimento formativo e social, foi realizado, no último sábado, dia 22 de maio, no Paço das Artes, centro cultural ligado à Universidade de São Paulo-USP,  o debate Arte e Ensino – uma relação entre a escola e o museu, como parte da 8ª Semana Nacional de Museus.
Para trazer insumos ao debate, foram convidadas as responsáveis pela coordenação de educação da 29ª Bienal de São Paulo, Stela Barbieri, que também é diretora da Ação Educativa do Instituto Tomie Ohtake, e Mariza Szpingel, também coordenadora de arte da Escola da Vila.
Ao longo dos anos, muito se tem falado e escrito sobre a necessidade da inclusão da arte na escola de forma efetiva. Mas foi em 1971, quando a Lei 5692 tornou oficial a necessidade da disciplina de Educação Artística nos currículos escolares, que esse assunto ganhou maior atenção dos estudiosos. Porém, se a teoria trazia perspectivas positivas para os educadores da área, que ampliavam seu conhecimento, era no confronto com a prática pedagógica que se via a grande distância entre concepções e aplicações. Segundo Stela Barbieri, a educação na arte – para alguns, arte na educação – “vem ganhando muito espaço. Porém, durante muito tempo, foi completamente deixada de lado”. Ela explica que a educação está conectada à infância e o envolvimento da arte nessa união é enriquecedor.
Mesmo hoje, com tantos avanços, ainda não se consegue contemplar totalmente a diversidade de pensamento na arte-educação. Se a aceitação de que o fazer artístico e a fruição estética contribuem para o desenvolvimento de crianças e de jovens é ampla, sua aplicação deve ser modificada. “Não basta o conhecimento, é preciso encontrar meios e recursos para conseguir esse resultado”, ressalta Barbieri. E o conhecimento pode se dar de várias maneiras. “A criança tem uma enorme potência de inventar. Então, não é satisfatória a criação de inúmeros sistemas para que elas aprendam. O artista tem essa percepção da criança, que consegue deslocar espaços e funções, que cria inúmeras possibilidades mentais, tornando a troca ainda mais densa”, elocubra. E vai além: “é preciso buscar o olhar da criança e não o do educador. É preciso escutá-la para saber o que quer, o que a inquieta”.
Esta maneira de propor o ensino da arte rompe barreiras de exclusão, visto que a prática educativa está embasada não no talento ou no dom, mas na capacidade de experienciar de cada um. Dessa forma, estimulam-se os educandos a se arriscarem e é por isso, entre outros motivos, que as instituições culturais, por meio de seu ambiente educativo não formal, têm ganho tanto espaço. “Experimentar é uma forma diferente de conhecer”, ainda afirma a diretora da Ação Educativa do Instituto Tomie Ohtake, Stela Barbieri.
Mariza Szpingel enxerga esse impasse por outro ângulo, o de uma instituição de ensino que busca uma prática pedagógica coerente, uma educação que integre aprendizado e arte. Possibilitando o conhecer de um repertório cultural tanto pelo contato quanto por outras referências, sem que haja a imposição de uma forma de conhecimento sobre outra, sem a dicotomia entre ideia e prática. Segundo afirma, “quando uma criança tem sua criatividade e reflexão estimulada, os trabalhos de colégio que pareciam ser chatos se transformam em algo divertido”.
A exemplo, as crianças da escola em que Mariza atua têm seu primeiro contato com um museu no 1º ano do ensino fundamental. “Antes da visita, introduzimos conteúdos específicos em sala de aula. É importante que eles entendam a diferença do espaço da sala de aula e do museológico. Além disso, ao visitarem o museu, podem experimentar o que só viram em aula”, enfatiza Szpingel.
Outro ponto importante desse contato é o trabalho de registro que as crianças realizam. “Peço que desenhem os objetos encontrados no museu que, previamente, haviam sido mostrados em aula. Não há especificações de como deve ser feito esse registro, cabe a cada um sua própria experiência”, relata a professora. Após o retorno em aula, são os registros que possibilitam o resgate do que foi experimentado e aprendido no museu.
Para esse processo de aprendizado da arte, todos os recursos são fundamentais. Mariza Szpingel acredita que é necessário envolver os pais nessa experiência. Uma vez que, após a visita, as crianças manifestam o desejo de apresentar aos pais esse mundo de descobrimentos, é preciso que também eles compreendam e se envolvam com os projetos culturais.
Aristóteles disse uma vez: “a imaginação nasce da mesma região da alma onde nasce a memória”. Assim, estimular a imaginação por meio da arte é fazer com que as primeiras lembranças de futuros jovens e adultos sejam fundamentais para uma vida mais bela e prazerosa.
Luiza Costa / blog Acesso

José Sérgio Carvalho – Educação: capital humano ou iniciação numa cultura?



Por Blog Acesso

Ideais educacionais são mais frequentemente objetos de polêmicas e de lutas acirradas do que de consensos generalizados. Estranhamente, contudo, a noção de que a importância da educação reside em seus efeitos no desenvolvimento econômico do país e no êxito profissional do indivíduo parece ser unanimemente aceita em nossa sociedade. Nessa visão dominante, os esforços pela universalização e melhoria da qualidade da educação se justificariam em função dos benefícios econômicos que dela retiramos.
A revista semanal de maior circulação no Brasil, por exemplo, tem publicado nos últimos anos diversas matérias de capa sobre a importância da educação. Nelas os países asiáticos são reiteradamente citados como evidências da ligação entre os investimentos em educação e a prosperidade econômica de um país e entre a escolarização e o aumento da renda e da empregabilidade de um indivíduo. Numa fórmula relativamente simples: a educação é um investimento, uma espécie de “capital humano”, que gera prosperidade e renda para o país e seus habitantes.
É importante salientar que essa não é uma visão restrita à grande imprensa. Sindicatos, políticos e professores parecem aceitá-la como a principal justificativa da importância da educação. Essa adesão generalizada parece desaconselhar qualquer sorte de questionamento. No entanto, ainda que se possa admitir a existência de alguma co-relação entre escolaridade e desempenho econômico, tais pressupostos merecem, no mínimo, mais reflexão e debate. Em primeiro lugar, porque, se é verdade que em certos países asiáticos houve, simultaneamente, aumento da escolarização e da prosperidade econômica, não é menos verdadeiro que países como a Argentina e o Uruguai tiveram, por décadas, índices de escolaridade melhores do que os dos Estados Unidos, sem que isso resultasse em uma economia mais sólida ou produtiva do que a deste último país citado. Por outro lado, se o aumento da escolaridade tivesse um reflexo imediato na empregabilidade da população, como explicar que o índice de desemprego na Espanha, que conheceu uma ampliação significativa da escolarização de sua população na segunda metade do século XX, seja maior do que no Brasil?
Na verdade, ao aumentarmos o índice geral de escolaridade da população, simplesmente colocamos o patamar de exigência para o emprego em um nível mais alto: uma mesma vaga para a qual se exigia quatro, hoje se exige oito anos de escolaridade; mas é a mesma e única vaga. Os remédios contra o desemprego ou a estagnação econômica não se encontram prioritariamente nas políticas educacionais, mas nas econômicas. É possível se aumentar a escolaridade da população de uma nação sem necessariamente nela reduzir a pobreza ou a desigualdade econômica. Também é possível desenvolver-se tecnologicamente a partir da formação intelectual de uma elite restrita, mas bem preparada.
Isso significa que menosprezamos o valor da educação? De forma alguma. Simplesmente, implica a necessidade de deslocarmos sua importância para outros aspectos da vida social. É evidente que a expansão da escolarização pode trazer algum efeito econômico. O problema com esse tipo de visão é a redução do valor cultural de uma prática social a um único – e questionável – benefício econômico imediato. Ao centrar-se nesses supostos ganhos, tal visão retira da educação seu principal sentido público: a iniciação de jovens e crianças num universo cultural constituído por um complexo conjunto de realizações históricas que marcam a identidade de um povo.
Cada professor alfabetizador, por exemplo, ao ensinar uma criança a ler e escrever, a ela torna disponível uma ferramenta intelectual, uma criação da cultura humana que é pública, por ser uma realização histórica de nossos antepassados, cujo ensino colabora para sua perpetuação e renovação. Assim concebida, a educação significa a iniciação em fragmentos escolhidos de um legado público de realizações culturais socialmente valorizadas. Eventualmente, tal legado pode ter uma utilidade pragmática na vida privada e econômica. Mas, seguramente, seu valor não se esgota ou se justifica por isso. Qual o valor prático da poesia? Se for nulo, seria o caso de abolirmos essa forma de expressão cultural dos currículos escolares?
Educar uma nação não se reduz a preparar indivíduos para um mercado de trabalho. Significa, antes de tudo, inserir os novos em um mundo cultural estruturado por valores, crenças, comportamentos, conhecimentos e linguagens que consideramos valiosos porque frutos de tradições culturais e realizações históricas que fazem de um indivíduo um ser capaz de pertencer a uma comunidade; um cidadão e não um competidor no mercado de trabalho.
José Sérgio Carvalho é mestre e doutor em Filosofia da Educação pela Universidade de São Paulo – USP, onde atualmente leciona em programas de Graduação e Pós Graduação. Atua na área de formação de professores em direitos humanos, com projeto vinculado à Secretaria Especial de Direitos Humanos. É membro da Cátedra USP/UNESCO de Educação para os Direitos Humanos e do Grupo de Estudos em Temas Atuais da Educação, ambos sediados no Instituto de Estudos Avançados da USP.

OPORTUNIDADES


Fique ligado! Editais encerram prazos de inscrições

Por Blog Acesso

Uma série de editais abertos desde dezembro têm previsão de encerramento de inscrições até março deste ano. Mas é bom ficar alerta com relação às datas. Editais como a Bolsa Iberê Camargo e o VAI – Programa de Valorização de Iniciativas Culturais, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, terminam na primeira semana de fevereiro. Na sequência, listamos os editais pela ordem de encerramento. Fique atento e participe!
Término: 4 de fevereiro
VAI – programa de Valorização de Iniciativas Culturais
Local: São Paulo
Promotor: Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
Foco: subsidiar iniciativas culturais de jovens, especialmente de baixa renda, com idades entre 18 e 29 anos.
Áreas beneficiadas: dança, artes integradas, artes visuais, hip-hop e literatura, entre outras.
Valor: R$ 21.694,45 por projeto
Informações: vai2011_1293480697
Término: 7 de fevereiro
Bolsa Iberê Camargo 
Local: Nova Iorque e Buenos Aires
Promotor: Fundação Iberê Camargo
Foco: subsidiar a residência de artistas brasileiros no exterior. Este ano, as residências acontecem no  The Bronx Museum of Arts, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e na Universidad Torcuato di Tella, em Buenos Aires, na Argentina.
Áreas beneficiadas: artes plásticas
Informações: www.iberecamargo.org.br
Término: 12 de fevereiro
Música de Câmara na Capela Santa Maria – Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba – Fundo Municipal da CulturaLocal: Curitiba
Promotor: Prefeitura de Curitiba
Foco: apoiar a realização de projetos de diversas áreas artísticas.
Área beneficiada: música
Informações: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br
Término: 14 de fevereiro
Pesquisa em dança – Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba – Fundo Municipal da Cultura 
Local: Curitiba
Promotor: Prefeitura de Curitiba
Foco: apoiar a realização de projetos de diversas áreas artísticas.
Área beneficiada: dança
Informações: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

Término: 15 de fevereiro
Difusão em Música / Ópera Ilustrada – Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba – Fundo Municipal da CulturaLocal: Curitiba
Promotor: Prefeitura de Curitiba
Foco: apoiar a realização de projetos de diversas áreas artísticas.
Área beneficiada: música
Informações: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

Difusão em Circo – Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba – Fundo Municipal da Cultura 

Local: Curitiba
Promotor: Prefeitura de Curitiba
Foco: apoiar a realização de projetos de diversas áreas artísticas.
Área beneficiada: circo
Informações: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

Término: 20 de fevereiro
Difusão em Música / Bandas de Garagem – Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba – Fundo Municipal da Cultura 
Local: Curitiba
Promotor: Prefeitura de Curitiba
Foco: apoiar a realização de projetos de diversas áreas artísticas.
Área beneficiada: música
Informações: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br
Término: 21 de fevereiro
Programa de Exposições 2011 – Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul
Local: Campo Grande (MS)
Promotor: Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul – Marco
Foco: expor trabalhos de artistas contemporâneos
Áreas beneficiadas: artes plásticas
Informações: www.fundacaodecultura.ms.gov.br

Término: 28 de fevereiro
Ocupação de Espaços para Exposições da FCC – Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba – Fundo Municipal da CulturaLocal: Curitiba
Promotor: Prefeitura de Curitiba
Foco: apoiar a realização de projetos de diversas áreas artísticas.
Área beneficiada: artes plásticas
Informações: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br
II Edital de seleção para Pontos de Cultura do Estado do Ceará 2010 – Programa Mais CulturaLocal: Ceará
Promotor: Governo do Estado do Ceará
Foco: fortalecer instituições da sociedade civil.
Áreas beneficiadas: pontos de cultura de diversas áreas
Informações: www.secult.ce.gov.br
Término: 12 de março
Mecenato subsidiado 2011 
Local: Curitiba
Promotor: Fundação Cultural de Curitiba
Foco: promover as artes
Áreas beneficiadas: música, artes cênicas, audiovisual, literatura, artes visuais, patrimônio histórico, artístico e cultural, folclore, artesanato, cultura popular e demais manifestações culturais tradicionais
Valor: R$ 44 mil para projetos de iniciantes; R$ 88 mil para projetos de não-iniciantes.
Informações: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br
Término: 13 de março
Edital de Cultura 2011 Eletrobras
Local: Brasil
Promotor: grupo Eletrobras
Foco: ampliar a democratização do acesso aos recursos destinados anualmente ao patrocínio de projetos culturais.
Áreas beneficiadas: teatro (adulto e infanto-juvenil), audiovisual e patrimônio cultural imaterial
Valor: R$ 13,8 milhões
Informações: www.eletrobras.com/editalcultural

Into recruta voluntários com osteoporose para tratamento durante um ano


POR PÂMELA OLIVEIRA

Rio - Quatrocentos pacientes com osteoporose grave terão acesso a exames e medicamentos gratuitamente por um ano, durante o projeto Osteoprev, que avaliará aeficácia de quatro remédios usados contra a doença. Um dos critérios para participar do estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é ter mais de 60 anos: as inscrições já podem ser feitas.

“Para participar do estudo é preciso ter osteoporose grave. Ou seja, o homem ou a mulher deve ter tido fratura por causa de um traumatismo de baixa intensidade, como uma pequena queda. Geralmente essas fraturas são no punho, braço ou no quadril”, diz Maria Eugenia Duarte, uma das coordenadoras da pesquisa, acrescentando que não é preciso ter o diagnóstico de um médico previamente. 

Maria Eugênia explica ainda que idosos que não tiveram fraturas, mas sentem dor nas costas, perderam altura e ficaram com a coluna curvada também podem ser voluntários. Para participar, o paciente precisa ainda não ter usado medicamentos contra a osteoporose no último ano, a não ser cálcio e fósforo. “É importante para não mascarar o estudo”, diz. Os pacientes serão divididos em quatro grupos, que receberão quatro diferentes remédios e terão seis consultas. O tratamento é gratuito, incluindo remédio, exame de sangue, radiografia, densitometria, tomografia e transporte até a Rua do Rezende, no Centro, onde fica o Into. “Vamos selecionar a partir de um grupo maior de voluntários, entre 600 a 800. Em duas ou três semanas começaremos a convidar os candidatos para a primeira entrevista”, diz a a médica. 

O resultado do estudo indicará qual o remédio mais adequado para cada paciente com osteoporose atendido pelo Sistema Único de Saúde.

Instituto tem equipamentos de ponta

Alta tecnologia, cirurgias complexas e estudos de regeneração óssea com células-tronco são algumas das atividades desenvolvidas pelo Into. O instituto, que conta com mais de dois mil profissionais, inaugurou, em 2008, um laboratório de Pesquisa Neuromuscular com aparelhos capazes de medir a força muscular.

Os pacientes do Into, referência nacional, sofrem com longas filas: cerca de dez mil pessoas esperam por cirurgia. O tempo médio de espera é de 3 anos para as especialidades mais requisitadas: joelho, trauma, quadril e coluna.

Osteoporose: Mulheres têm mais risco

- A osteoporose se caracteriza pela diminuição da massa óssea, aumentando o risco de fraturas principalmente de braço, punho e quadril.

- A doença têm diversas causas, como deficiência de estrogênio na manopausa, predisposição genética e uso de alguns medicamentos, como corticoides. 

- Mulheres têm maior risco de ter a doença. A incidência aumenta com a idade.

Faltam médicos e agendamento de consultas é demorado


Pesquisa do Ipea aponta principais queixas do brasileiro contra o SUS. Programa saúde da família é bem avaliado em 80,7% dos casos

Priscilla Borges, iG Brasília 

A falta de médicos e a demora no atendimento são os problemas do SUS (Sistema Único de Saúde) que mais incomodam o brasileiro. Os dados acabam de ser divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base em 2.773 entrevistas feitas em domicílios particulares entre os dias 3 e 19 de novembro do ano passado para avaliar a percepção dos brasileiros sobre o serviço.
Apesar das críticas, o SUS ganha aprovação do País com o Programa Saúde da Família (PSF). Ele é bem avaliado por 80,7% da população e considerado ruim ou muito ruim por apenas 5,4% dos entrevistados. Entre as sugestões de melhorias apontadas pelas pessoas ouvidas na pesquisa estão uma lista maior de medicamentos gratuitos e menos falhas de abastecimento destes.
Pontos críticos
Os entrevistados sugeriram que poderia haver mais médicos nos atendimentos em centros e postos de saúde. Também ajudaria se houvesse reforço nos serviços de urgência e emergência, além das consultas com especialistas.
Foto: Fellipe Bryan Sampaio
Maria da Conceição Alves Ribeirosus
Com o reforço no número de médicos, o segundo alvo de reclamações, a demora no atendimento, provavelmente apresentaria melhorias. Hoje, os centros e postos de saúde deveriam diminuir o tempo entre marcação e realização da consulta para 15,5% dos entrevistados. A sugestão é ainda mais prevalente (34%) quando se trata da consulta com especialistas.
Maria da Conceição Alves Ribeiro, 35 anos, tenta fazer uma cirurgia para retirada de um nódulo na tireóide há mais de três anos. Mas não consegue marcar exames e consultas básicas para a cirurgia. Nesta quarta-feira, ela pegou o primeiro ônibus em Águas Lindas, cidade no entorno de Brasília, às 5h. Antes das 6h, já estava no Hospital de Base de Brasília, o maior público da cidade. Mas não conseguiu pegar uma das 30 fichas distribuídas para a marcação de consultas.
A atendente se sente frustrada e preocupada. “Faltam médicos, faltam atendentes. A demanda é muito grande e não existem profissionais suficientes. Tudo o que a gente vai marcar é muito difícil, demora até quatro meses para conseguir uma consulta”, lamenta. Ela conta que tem dificuldades até para levar o filho ao pediatra, em processos de rotina. “Em Águas Lindas, então, não tem nada”, diz.
A pesquisa investigou também por que alguns entrevistados têm ou já tiveram plano de saúde. Foi constatado que a maioria deles recorreu à saúde suplementar pela rapidez no atendimento para consultas e exames (40%) e boa parte (29,2%) aproveitou o fato do empregador fornecer o benefício gratuitamente. A liberdade de escolha do médico (16,9%) também foi citada como uma razão para adquirir um plano de saúde.
Mas o segmento apresenta problemas significativos. O principal é o preço da mensalidade, apontado por 39,8% dos entrevistados. Além disso, as restrições para cobertura de doenças e procedimentos também incomoda 35,7% da população.
Processo complicado
O estudo aponta centros e postos de saúde como os primeiros locais em que a população busca atendimento. Depois de esperar pela consulta, o encaminhamento ao especialista aparece como outro ponto de desgaste.
“Em geral, (os entrevistados) não saem dali com a consulta marcada, mas com um encaminhamento para realizar essa marcação. Novamente, outra espera. Uma resposta possível: faltam médicos”, informa o material da pesquisa.
Foto: Fellipe Bryan Sampaio
Alberto Fernando Marques dos Santos
As dificuldades para atendimento no SUS nos grandes centros se multiplicam nas cidades menores. Na Cidade Ocidental, localizada em Goiás, no entorno da capital federal, Alberto Fernando Marques dos Santos, 30 anos, não consegue fazer consultas de rotina, exames ou ser atendido em caso de emergência. “Tem hospital e posto de saúde. Mas não tem médico para atender. As filas são enormes”, diz.
Por isso, sempre que precisa, se locomove 48 quilômetros até Brasília para tentar atendimento. O que não evita, porém, a frustração. “Tem de ter paciência. Na sexta, trouxe minha avó para fazer um raio-x. Não conseguimos. Chegamos hoje às 6h30. Até as 9h, ela ainda esperava”, conta. Alberto define a situação como descaso. “Pagamos impostos, mas não temos acesso a serviços básicos”, protesta.
Saúde da família
As avaliações mais positivas do SUS aparecem nos atendimentos realizados pelo programa saúde da família (PSF). Se consideradas apenas as famílias visitadas pelo PSF, o índice de aprovação chega a 80,7%. Apenas 5,7% dos entrevistados consideram o atendimento ruim ou muito ruim. Alberto, por exemplo, não consegue avaliar o serviço. “Nunca foi atendido pelo programa”, lamenta.
Em segundo lugar aparece a distribuição de medicamentos gratuitos, considerada muito boa ou boa por 69,6% da população. O serviço é reprovado por 11% dos entrevistados. Em seguida aparece o atendimento com médicos especializados, bem-visto por 60,6% do País.
Foto: Fellipe Bryan Sampaio
Movimentação no Hospital de Base de Brasília na manhã desta quarta-feira
O mais alto índice negativo marca os atendimentos de urgência e emergência, com 31,4% de avaliações ruins ou muito ruins.
A avaliação dos serviços do SUS é muito semelhante em todo o País, exceto pela região Norte, onde os percentuais aparecem de cinco a dez pontos mais baixos. Isso vale inclusive para os atendimentos do PSF, que são bem-vistos por 71,2% dos entrevistados no Norte. Nela, o menor índice de aprovação aparece nos atendimentos de urgência e emergência, com 38,1%, enquanto o índice chega a 48,4% no Sudeste.
Na avaliação geral do estudo, a percepção do SUS é mais positiva entre aqueles que utilizaram os serviços nos últimos 12 meses. Neste grupo, o atendimento do SUS é bom ou muito bom para 30,4% e ruim ou muito ruim para 27,6%. Entre aqueles que não utilizaram o SUS no último ano, apenas 19,2% consideram os serviços bons ou muito bons, e 34,3% consideram ruins ou muito ruins.