sábado, 18 de dezembro de 2010

Papai Noel existe? Entenda como lidar com o imaginário infantil

Papai Noel existe? Entenda como lidar com o imaginário infantil

Férias com leitura - Educar para Crescer

Férias com leitura - Educar para Crescer

Revista "Science" elege as maiores descobertas científicas da década e do ano

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
A primeira década do século 21 mudou completamente a forma de fazer ciência. Muito do que parecia ser impossível aconteceu, como o mapeamento completo do DNA de criaturas extintas há milhares de anos e a descoberta de centenas de planetas fora do Sistema Solar.

A "Science", uma das mais importantes revistas da área, escolheu os destaques do período. Biotecnologia e genética dominam a lista.

O mergulho no lado oculto do genoma é um deles. Nos anos 2000, os cientistas descobriram que os humanos têm muito menos genes do que se pensava. Além disso, o que durante muito tempo foi chamado de "lixo" no DNA mostrou ter funções importantes, ajudando na regulação de todo o genoma.

As pesquisas com células-tronco também deram um salto. Os cientistas conseguiram "domá-las" e já produzem em laboratório qualquer tecido do corpo humano, viabilizando um dos mais promissores tratamentos para várias doenças.

O desenvolvimento de métodos para analisar DNA de criaturas que viveram há milhões de anos permitiu saber com precisão inédita detalhes de sua aparência. Além de descobrir a cor de dinossauros ou mamutes, também se descortinou o passado dos seres humanos, os quais, agora se sabe, tiveram filhos com neandertais.

A astronomia ocupa três posições na lista. Além de avanços na precisão das medições no espaço, a década também foi marcada pela confirmação da existência de água no subsolo de Marte. O registro de planetas fora do Sistema Solar bateu recordes. Em 2000, havia 26 confirmados. Hoje, são 505.

O levantamento da "Science" incluiu ainda uma questão política: as pesquisas sobre as mudanças climáticas.

Na opinião do historiador da ciência da USP Gildo Santos, a lista da "Science" é relevante, mas deixou de fora resultados importantes. "Noto a ausência da química e de outras ciências, como a geologia, a oceanografia e a matemática."

Como maior destaque de 2010, a "Science" escolheu um invenção quase indecifrável: uma minúscula haste de metal, visível a olho nu, que obedece às regras da física quântica, antes só aplicáveis a objetos submicroscópicos, como átomos. Ela conseguiu vibrar rápido e devagar ao mesmo tempo, o que só é possível num cenário quântico.

Biotecnologia e genética também dominam o levantamento anual, com destaque para novas técnicas para regredir células-tronco adultas ao estágio embrionário.
DESTAQUES DA DÉCADA

A parte oculta do genoma
O que se imaginava a respeito do DNA humano estava errado. Além de menos genes (são 21 mil, contra os 100 mil idealizados antes), boa parte do que se achava "lixo" desempenha funções importantes;

Células-tronco
Células com capacidade de reescrever seu próprio destino, as células-tronco foram uma das mais promissoras fronteiras para o tratamento de doenças. E, nesta década, os cientistas aprenderam melhor do que nunca como manejá-las e controlá-las;

Microbioma
Nos anos 2000, os humanos finalmente deram uma trégua às bactérias e aceitaram que muitos desses micro-organismos desenvolvem funções importantes no funcionamento e até na proteção do corpo humano;

DNA pré-histórico
Novas técnicas de análise permitiram avaliar o DNA de animais e plantas extintos dezenas de milhares ou milhões de anos atrás, com bastante precisão. Desse modo, descobriu-se a cor das penas de alguns dinossauros e até detalhes sobre cabelo e pele dos neandertais;

Água em Marte
Missões espaciais encontraram evidências muito fortes de que houve água líquida no planeta vermelho bilhões de anos atrás. Mais recentemente, pesquisadores comprovarama existência de gelo enterrado no solo e até em grandes blocos;
Exoplanetas
A quantidade de planetas conhecidos fora do Sistema Solar disparou: passou de 26, em 2000, para os atuais 505. E os registros não param de acontecer, devido a vários avanços tecnológicos na astronomia;

Estudos do aquecimento global
A década foi marcada pelo reconhecimento dos problemas climáticos e dos estudos sobre eles, que ganharam financiamento e repercussão mundiais;

Inflamação
Os processos inflamatórios se mostraram muito mais complexos do que se imaginava. Descobriu-se que câncer, diabetes e até Alzheimer são relacionados a respostas inflamatórias que podem, em muitos casos, levar à morte ou a sequelas graves;

Mais precisão na cosmologia
Vários experimentos mostraram melhor do que nunca o que está acontecendo no Universo. Algumas técnicas levarama resultados surpreendentes, como a comprovação de que o Cosmos é plano;

Metamateriais
Cientistas criaram uma junção de materiais que age com propriedades que não são normalmente encontradas na natureza. Eles trabalham direcionando a luz e outras ondas eletromagnéticas, conseguindo efeitos considerados impossíveis de forma natural.

*
DESTAQUES DO ANO

O vencedor
A pesquisa do ano, diz a "Science", foi a criação de uma pequena haste de metal, visível a olho nu, que se comporta segundo as regras malucas da física quântica, antes só aplicáveis a objetos de tamanho submicroscópico, como átomos;

Os nove 'vices'

- Genoma dos neandertais mostra cruzamento com humanos modernos;

- Máquinas que decodificam DNA ficam cada vez mais velozes;

- Nova técnica facilita transformação de células adultas em células embrionárias;
Pesquisadores acham maneira mais rápida de identificar genes ligados a doenças;

- Americanos conseguem criar bactéria com DNA sintético;

- Comportamento de cristais é simulado com precisão em computador;

- Cientistas acham modo de "deletar" genes de ratos, facilitando o estudo de doenças;

- Gel vaginal e remédio preventivo conseguem diminuir infecção por HIV;

- Supercomputadores simulam dinâmica molecular de proteínas.

10 presentes para bebês - Educar para Crescer

10 presentes para bebês - Educar para Crescer

Escola de ensino de línguas para crianças faz projeto sustentável

Escola de ensino de línguas para crianças faz projeto sustentável

Especialistas tentam desfazer mitos sobre o déficit de atenção

Por Perri Klass*
The New York Times

Diagnóstico de deficit de atenção divide especialistas
Déficit de atenção e hiperatividade pode ter causa genética, diz estudo
Entenda como funcionam os medicamentos para déficit de atenção e narcolepsia
Transtorno de Déficit de Atenção no Adulto
Até 2002, um grupo internacional de respeitados neurocientistas achava necessário publicar um relato argumentando intensamente que o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) era uma doença real.

Em face de evidências científicas “devastadoras”, eles reclamavam, o TDAH era comumente retratado pela mídia como “um mito, uma fraude ou uma condição benigna” - uma consequência de professores rígidos demais, talvez, ou do excesso de televisão.

Nos últimos anos, tem sido mais raro ouvir alguma dúvida de que o problema realmente existe, e as evidências explicando sua rede neural e sua genética vêm se tornando mais convincentes e complexas.

Mesmo assim, ultimamente li alguns artigos e ensaios que usam a atenção (ou a falta de) como um indicador e uma metáfora de algo mais amplo na sociedade - as distrações eletrônicas, o conceito de multitarefa, a ideia de que a natureza da concentração pode estar mudando, de que as pessoas se sentem sobrecarregadas, distraídas, irritáveis.

Mas o TDAH não é uma metáfora. A doença não é a inquietude e a indisciplina que acontecem quando os alunos ginasiais são privados de intervalos, ou a distração dos adolescentes na era do smartphone. Ela também não é a razão pela qual seus colegas baixam e-mails durante reuniões e até mesmo (poupem-me!) em meio a conversas.

“A atenção é uma fenômeno cognitivo realmente complexo, com muitas peças dentro dela”, diz David K. Urion, de Harvard, que dirige o programa de deficiências e neurologia comportamental no Hospital Infantil de Boston. “Quando falando de crianças com déficit de atenção, o problema reside na atenção seletiva quando comparado a seus pares em idade e sexo - o que você absorve e o que você ignora?”

Além disso, o distúrbio ocorre ao longo de um amplo espectro, de leve a extremo. Meninos são mais propensos a serem hiperativos e impulsivos, meninas a serem desatentas (um motivo para muitas meninas não serem oficialmente diagnosticadas é que aquelas com o jeito desatento podem ser bem comportadas na escola, mas ainda assim, incapazes de se concentrar).

“Ainda há muito que não sabemos”, afirma Bruce F. Pennington, professor de psicologia na Universidade de Denver e especialista na genética e na neuropsicologia dos distúrbios de atenção. “Mas sabemos o bastante para dizer que se trata de um problema baseado no cérebro, e temos alguma ideia sobre quais circuitos e genes estão envolvidos”.

Cérebro

Estudos de imagens cerebrais em pessoas com déficit de atenção mostraram um padrão consistente de atividade abaixo do normal nos lóbulos frontais, onde fica a chamada função executora. E cientistas estão focando nos caminhos para a dopamina e neurotransmissores similares ativos nos circuitos que passam informações de entrada e saída aos lóbulos frontais.

Níveis de atividade em circuitos específicos podem ajudar a explicar o aparente paradoxo de usar estimulantes, como a ritalina, para tratar crianças que já parecem superestimuladas. Em muitas crianças com TDAH, esses medicamentos podem ajudar os circuitos a funcionar mais normalmente.

“Se você tem déficit de dopamina, é mais difícil se concentrar em comportamentos orientados por objetivos”, explicou Pennington. “Os psicoestimulantes alteram a disponibilidade de dopamina nesses mesmos circuitos”.

Embora pesquisas recentes tenham identificado fatores ambientais que podem elevar a probabilidade de desenvolvimento da doença, estima-se que seu componente genético seja mais forte. Maximilian Muenke, diretor do braço de genética médica no Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, diz que em gêmeos idênticos, se um deles tiver TDAH, a probabilidade de o segundo também ter é de 80% (entre gêmeos não-idênticos, o número cai para 20 a 30 por cento, o mesmo de irmãos no geral).

No mês passado, a equipe de Muenke publicou um artigo identificando um gene, chamado LPHN3, associado tanto à doença quanto a uma reação favorável a estimulantes. Mas ninguém acha que apenas um gene é o responsável; assim como a atenção é um fenômeno complexo, a genética dos déficits de atenção também é.

Quando perguntei a Muenke se os estudos da genética poderiam, algum dia, desempenhar algum papel no tratamento da doença, sua resposta foi cautelosa. Ele falou de eventualmente prever quais crianças responderão a remédios específicos, poupando as famílias da frustração de trocar de medicamentos diversas vezes sem nenhum alívio. Ele pareceu mais otimista ao falar das probabilidades em longo prazo.

“Acredito realmente que, com o tempo, seremos capazes de desenvolver remédios personalizados para uma criança com DDAH”, afirma ele, acrescentando que, quando as causas principais são conhecidas, “essa criança terá um tratamento muito específico, seja ele apenas comportamental ou envolvendo medicação” - e essa medicação será feita sob medida para a criança.

Origens

Talvez ávido por deixar claro que o TDAH é muito mais que uma metáfora para as distrações da vida moderna, os cientistas adoram citar exemplos muito mais antigos que a própria criação do termo.

Urion evocou Sir George Frederick Still, o primeiro professor britânico de medicina pediátrica, que descreveu a síndrome precisamente em 1902, falando de um garoto que era “incapaz de manter sua atenção, até mesmo num jogo, por mais que um período muito curto de tempo” - e que por isso estava “atrasado nas atividades escolares, mesmo parecendo completamente normal em seus modos e conversas”.

Muenke citou “Der Struwwelpeter” (“Pedro Descuidado”, em tradução livre), livro infantil escrito por Heinrich Hoffmann em 1845 que traz a história de “Zappel-Philipp”, ou “Felipe Inquieto” (uma tradução ao inglês foi feita por Mark Twain, o grande cronista de garotos).

As circunstâncias da vida moderna podem gerar a falsa ideia de que uma cultura repleta de eletrônicos e deveres amontoados cria o distúrbio. “As pessoas pensam que vivemos num mundo que causa TDAH”, disse Urion. É claro que ninguém deveria dirigir e trocar mensagens de texto ao mesmo tempo, continuou ele, mas para “um marinheiro portuário que conduz um enorme navio ao porto de Boston, prestar atenção já era uma boa ideia, mesmo naquela época”.

* Perri Klass é médico

DESTAQUES DA SEMANA

Durante esta semana os poster mais visitados foram estes:

Árvore de Natal com Garrafas Pet
Presépio de EVA
Atividades Natal - Jogo dos 5 erros
Prova do concurso para Agente Educador II será no ...
Porta Balas Papai Noel
Pré-matrícula nas escolas da Rede Municipal do Rio...
UPA em Costa Barros será inaugurada hoje e vai ben...
PROINAPE-06 - Dicas - para se trabalhar Violência
gabarito da Prova Objetiva do Concurso Público par...
Institui o Calendário Escolar da Secretaria Munici...