quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Selecionamos cinco lançamentos que tratam dos mesmos temas abordados nas aulas, mas sem a linguagem careta dos livros didáticos

Plantão | Publicada em 06/10/2010 às 12h34m
Leonardo Cazes - O GLOBO

RIO - Livros didáticos são, quase sempre, um sonífero, não importa o quão bom seja seu conteúdo. Para dar uma força nos estudos, reunimos cinco lançamentos que falam de fatos históricos, matemática, filosofia e biologia sem chatice. Aproveite.

'A GAROTA DA FÁBRICA DE MÍSSEIS': A China está na moda. Não sai dos jornais e, provavelmente, vai dar um rasante sobre a sua prova. Neste livro, Lijia Zhang conta fatos que viveu na década de 1980, quando o regime socialista passou a sentir os impactos das reformas econômicas, iniciadas em 1978, que transformaram a vida dos habitantes e levaram o país a se tornar a potência que é hoje.

'CAFÉ DA MANHÃ COM SÓCRATES': Se o seu senso crítico anda meio desligado, é bom acordá-lo. Será essencial nas provas que exigem interpretação. Neste livro, Robert Rowland Smith mostra como um olhar mais apurado e uma boa dose de filosofia podem revelar coisas incríveis sobre as pequenas coisas do nosso cotidiano. Contraindicado para quem tem medo de um choque de realidade.

'PEQUENAS MARAVILHAS': Eles estão em todos os lugares, embora seja impossível enxergá-los. De medicamentos a bebidas alcoólicas e métodos em estudo para a cura do câncer, os micróbios são um dos grupos de seres vivos mais complexos que existem. Neste livro, Iden Ben-Barak mostra como essas pequenas criaturas participam da equação de funcionamento da natureza com altas doses de humor.

'O ÚLTIMO TREM DE HIROSHIMA': As duas bombas atômicas que explodiram no Japão durante a 2 Guerra Mundial tiveram um significado simbólico tão grande quanto a destruição que provocaram. Charles Pellegrino conta, por meio de documentos oficiais e depoimentos de sobreviventes, os antecedentes do ataque, os dias que se seguiram ao massacre e as terríveis consequências para as gerações futuras. Ele não se furta a explicar os contextos políticos e militares em que a ação estava envolvida.

'INCRÍVEIS PASSATEMPOS MATEMÁTICOS': O livro do matemático inglês Ian Stewart é um presente para os curiosos. Ele explica de aquecimento global a física avançada, em um texto cheio de desafios e charadas. Até a questão mais complexa fica fácil de entender.

Sucesso tem fórmula

Claudio de Moura Castro
VEJA - 2153 - 24/02/2010
"Serve para toda competição: qualidade valorizada,
seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência.
Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados"

Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa forma, muito mais do que os mares. Para isso tinha os melhores navios. E, para tê-los, precisava de excelentes carpinteiros navais. Com a tecnologia do ferro, os navios passaram a ter couraça metálica. Impossível manter a superioridade sem caldeireiros e mecânicos competentes. Uma potência mundial não se viabiliza sem a potência dos seus operários.

A Revolução Industrial tardia da Alemanha foi alavancada pela criação do mais respeitado sistema de formação técnica e vocacional do mundo. Daí enchermos a boca para falar da "engenharia alemã". Mas, no fim das contas, todos os países industrializados montaram sistemas sólidos e amplos de formação profissional. Para construir locomotivas, aviões, naves espaciais.

Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de diferentes países, existe a Olimpíada do Conhecimento (World Skills International). É iniciativa das nações altamente industrializadas, que permite cotejar diversos sistemas de formação profissional. Compete-se nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas também em desenho de websites ou robótica.

Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu a participar dessa Olimpíada: o Brasil, por meio do Senai. E lá viu o seu lugar, pois não ganhou uma só medalha. Mas em 1985 conseguiu chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou para o sexto. Aliás, é o único país do Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano.

Em 2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro, competindo com 539 alunos, de sete estados, em 44 ocupações. É isso mesmo, os graduados do Senai, incluindo alunos de Alagoas, Goiás e Rio Grande do Norte, conseguiram colocar o Brasil como o segundo e o terceiro melhor do mundo em formação profissional! Não é pouca porcaria para quem, faz meio século, importava banha de porco, pentes, palitos, sapatos e manteiga! E que, praticamente, não tinha centros de formação profissional.

Deve haver um segredo para esse resultado que mais parece milagre, quando consideramos que o Brasil, no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), por pouco escapa de ser o último. Mas nem há milagres nem tapetão. Trata-se de uma fórmula simples, composta de quatro ingredientes.

Em primeiro lugar, é necessário ter um sistema de formação profissional hábil na organização requerida para preparar milhões de alunos e que disponha de instrutores competentes e capazes de ensinar em padrões de Primeiro Mundo. Obviamente, precisam saber fazer e saber ensinar. Diplomas não interessam (quem sabe nossa educação teria alguma lição a tirar daí?).

Em segundo lugar, cumpre selecionar os melhores candidatos para a Olimpíada. O princípio é simples (mas a logística é diabolicamente complexa). Cada escola do Senai faz um concurso, para escolher os vencedores em cada profissão. Esse time participa então de uma competição no seu estado. Por fim, os times estaduais participam de uma Olimpíada nacional. Dali se pescam os que vão representar o Brasil. É a meritocracia em ação.

Em terceiro lugar, o processo não para aí. O time vencedor mergulha em árduo período de preparação, por mais de um ano. Fica inteiramente dedicado às tarefas de aperfeiçoar seus conhecimentos da profissão. É acompanhado pelos mais destacados instrutores do Senai, em regime de tutoria individual.

Em quarto, é preciso insistir, dar tempo ao tempo. Para passar do último lugar, em 1983, para o segundo, em 2007, transcorreram 22 anos. Portanto, a persistência é essencial.

Essa quádrupla fórmula garantiu o avanço progressivo do Brasil nesse certame no qual apenas cachorro grande entra. Era preciso ter um ótimo sistema de centros de formação profissional. Os parâmetros de qualidade são determinados pelas práticas industriais consagradas, e não por elucubrações de professores. Há que aceitar a ideia de peneirar sistematicamente, na busca dos melhores candidatos. É a crença na meritocracia, muito ausente no ensino acadêmico. Finalmente, é preciso muito esforço, muito mesmo. Para passar na frente de Alemanha e Suíça, só suando a camisa. E não foi o ato heroico, mas a continuidade que trouxe a vitória.

A fórmula serve para toda competição: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Empresa não poderá utilizar micro-ônibus entre Centro e Santa Cruz

Denunciada pelo MPRJ por prestar serviço de transporte de passageiros em desconformidade com a lei e por cobrar passagens acima do valor permitido, a empresa Transportes Zona Oeste está proibida do uso de micro-ônibus na linha 1131, que faz o trajeto Castelo-Santa Cruz. Uma decisão da 2ª Vara Empresarial da Capital neste sentido foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Além disso, a empresa fica obrigada a cobrar somente a tarifa autorizada pelo Poder Público.

Com a manutenção da decisão de primeira instância, a Transportes Zona Oeste será obrigada a disponibilizar coletivos adequados à operação da linha 1131, conforme determinado no ofício regulador da Coordenadoria Regional de Transportes da Prefeitura do Rio. A empresa deverá cobrar somente o valor tarifário correspondente a cada modelo de coletivo pertinente - sem ar-condicionado e com ar-condicionado.

O Titular da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital, Promotor de Justiça Carlos Andresano, destacou a importância da manutenção da decisão pelo TJ-RJ para o processo de regularização do serviço de transportes na Zona Oeste. "Agora, a empresa vai ser continuamente fiscalizada para cumprir o que é estabelecido em lei. Em caso descumprimento, vamos executar multa de R$ 5 mil, autorizada pelo Poder Judiciário", concluiu Andresano.

Creche Zilka Salaberry

Creche Zilka Salaberry, parabéns a Professora Bia.

ESCOLA PARAÍBA EM FOTOS

Parabéns Marcia pelo trabalho que vem realizando na comunicade de Anchieta.

DIRETO DO TWITTER

ClaudiaCostin
RT @uol_noticias: Internet ajuda população a tirar documentos e certidões; confira os sites: http://bit.ly/ajiBWR

MultiRio
Tempo de Criança com cara nova na semana do Dia das Crianças. Canal 14 da Net, de seg. a sex., 9h15 e às 12h, e sábados e domingos, 10h.

Escolas e colegas são hostis a alunos e alunas homossexuais, aponta pesquisa

As escolas brasileiras são hostis aos homossexuais e o tema da sexualidade continua sendo pouco discutido nas salas de aula. Essas são as principais constatações da pesquisa Homofobia nas Escolas, realizada em 11 capitais brasileiras pela organização não governamental Reprolatina, com apoio do Ministério da Educação.

"A homofobia é negada pelo discurso de que não existem estudantes LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e travestis] na escola. Mas quando a gente ia conversar com os estudantes, a percepção, em relação aos colegas LGBT, era outra", contou uma das pesquisadoras, Magda Chinaglia.

Parte dos dados, com destaque sobre a situação na cidade do Rio, foi divulgada hoje (4), na própria capital. Os dados completos, com informações sobre a visita a 44 escolas de todas as regiões do país e trechos de 236 entrevistas feitas com professores, coordenadores de ensino, alunos do 6º ao 9º ano, além de funcionários da rede, devem ser divulgados até o final do ano.

De acordo com a pesquisa, os homossexuais são bastante reprimidos no ambiente escolar, onde qualquer comportamento diferenciado "interfere nas normas disciplinares da escola". "Ouvimos muito que as pessoas não se dão ao respeito. Então, os LGBT têm que se conter, não podem [se mostrar], é melhor não se mostrarem para serem respeitados", contou a pesquisadora.

No caso dos travestis, a situação é mais grave. Além da invisibilidade, fenômeno que faz com que os alunos e as alunas homossexuais não sejam reconhecidos, nenhuma escola autorizava o uso do nome social (feminino) e tampouco o uso do banheiro de mulheres. "Os travestis não estão nas escolas. A escola exige uniforme, não deixa os meninos usarem maquiagem. Os casos de evasão [escolar] são por causa dessas regras rígidas", explicou Magda.

De acordo com a vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, Marjorie Marchi, que assistiu à divulgação dos dados, é principalmente a exclusão educacional que leva muitos travestis à prostituição. "Aquele quadro do travesti exposto ali na esquina é o resultado da falta da escola. Da exclusão", disse.

Em relação à educação sexual, os professores alegam que o tema não é muito discutido porque as famílias podem não aprovar a abordagem. "Existe um temor da reação desfavorável das famílias, Mas isso é o que eles [os professores] dizem", afirmou Magda. "Os estudantes não colocam a família como um problema. Aqui, cabe outra pesquisa para saber se as famílias interferem", completou.

A pesquisa não analisou especificamente os casos de violência, embora os especialistas tenham citado a ocorrência de brigas motivadas pela orientação sexual da vítima e colhido inúmeros relatos de episódios de homofobia. O objetivo é que o documento auxilie estados e municípios a desenvolver políticas públicas para essa população.

"As pessoas estão sendo agredidas diuturnamente dentro das escolas, em todas as capitais. A educação é um direito. Não pode ser [a violência contra homossexuais na escola]. Presenciamos um menino sendo espancado e sendo chamado de 'veadinho'. Estamos falando de escolas de 6º ao 9º", destacou a pesquisadora.

No Rio, as secretarias estaduais de Assistência Social e de Educação trabalham juntas num projeto de capacitação de professores multiplicadores em direitos humanos com foco no combate à homofobia. A meta é capacitar cerca de 8 mil dos 75 mil professores da rede até 2014.
FONTE UOL - APRENDIZ

Uma escola de cara nova

A Escola Estadual Canuto do Val, localizada na Barra Funda, ficou com sua imagem prejudicada devido a problemas disciplinares e vandalismos que não refletiam o comportamento da maioria dos seus estudantes. Porém, nos últimos anos, diversos projetos sociais envolvendo organizações como Cidade Escola Aprendiz e Responsabilidade Social da Porto Seguro começaram a mudar essa realidade. Mas foi de dentro da própria escola, por iniciativa do professor Zeca e da diretora Márcia, que surgiu a iniciativa que mobilizou os alunos, o projeto A Nossa Cara.

O projeto A Nossa Cara parte do pressuposto que “o aluno raramente destrói o que ele construiu”. O projeto é uma proposta de intervenção do aluno no espaço físico da escola. Tenta relacionar as habilidades individuais dos alunos com a intenção de remodelar o espaço físico e cultural sob o olhar e a supervisão do próprio aluno. Com intervenção direta naquilo que eles acreditam que podem aprimorar ou adaptar.

O projeto tem a intenção de confiar a preservação do espaço físico escolar aos próprios alunos dando a eles a oportunidade de manifestar seus desejos e valores culturais dialogando com o espaço que lhes pertence. O professor Zeca e a diretora Márcia levantaram alguns pontos que direcionaram o funcionamento do projeto e a iniciativa do trabalho em conjunto com os alunos. Foi detectado que os ambientes da escola eram pouco acolhedores, o que motivava a grande depredação e raiva do corpo discente.

Também foi identificado que os locais poupados pela depredação eram os grafites internos e o mosaico no muro externo feito pela Associação Cidade Escola Aprendiz - Projeto Nossa Barra, no ano de 2008. Assim, percebeu-se que, na maioria das vezes, o próprio aluno preserva aquilo que ele mesmo produziu; ou, que existe um código de conduta moral e respeito para com as produções comuns da comunidade escolar. Ou seja: o que aluno produz ele mesmo é capaz de supervisionar e criar estratégias de negociação e preservação.

Outro ponto vulnerável identificado foi que as depredações ocorriam no período de aulas vagas, que ocorrem por causa da falta de professores. E era exatamente no período das aulas vagas que a depredação ocorria com maior intensidade. Dessa forma, o projeto A Nossa Cara utiliza o espaço da aula vaga para impedir que o aluno fique ocioso e usa essa oportunidade para uma proposta de revitalização do espaço com atividades artísticas com viés terapêutico, que auxiliam na aprendizagem e, principalmente, cria um ambiente de relacionamento saudável dentro da comunidade escolar.

SUSTENTABILIDADE - Mais de 6 mil ações contra aquecimento global ocorrem no domingo

Desirèe Luíse

No próximo domingo (10/10), cerca de 6,2 mil ações de preservação do meio ambiente serão realizadas em 184 países. O objetivo é pressionar os líderes mundiais para a criação de um tratado que comprometa os países a reduzirem as emissões de dióxido de carbono (CO2), responsáveis pelo aquecimento global.

A campanha internacional Movimento 350 é a responsável pela mobilização. No Brasil, foram registradas 68 ações até esta terça-feira (5/10).

O objetivo do acordo é que a quantidade de emissões de dióxido de carbono seja diminuída para até 350 partes por milhão (ppm) – unidade utilizada para medir concentrações de CO2 na atmosfera –, número afirmado pelos cientistas que deveria ser o limite máximo atingido para evitar alterações climáticas descontroladas. O nível atual está em 392 ppm.

“A população deve se mobilizar e fazer pressão para dizer o que quer. Devemos mostrar que diminuir o dióxido de carbono é economicamente viável”, explica a coordenadora do Movimento 350 no Brasil, Paula Collet. “A ideia é enviar uma mensagem política bem definida: se nós podemos colocar mãos à obra, os governantes também podem no que diz respeito à legislação e aos tratados”.

A proposta da campanha é de que cada pessoa ou grupo desenvolva, no dia 10 de outubro, algo na cidade ou comunidade que ajude a dar resposta ao problema do aquecimento global. Organizar uma plantação de árvores, instalar painéis solares, trabalhar num jardim comunitário, dar um passeio de bicicleta ou fazer uma limpeza de lixo são alguns dos projetos possíveis.

Entraves para redução de CO2

A escolha da data para as ações do Movimento 350 visou a proximidade com a Conferência do Clima da ONU (COP-16), prevista para acontecer entre 29 de novembro e 10 de dezembro, em Cancún, no México.

Há temores de que a COP-16 termine como a última edição do encontro, realizada em dezembro do ano passado, em Copenhagen, na Dinamarca, considerada um fracasso pela maioria das organizações que defendem o meio ambiente. Em declaração à imprensa, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que o encontro deste ano poderá não produzir o acordo definitivo necessário.

Um dos motivos para isso é a não aprovação da lei de diminuição nas emissões de CO2 no Senado dos Estados Unidos. “O interesse econômico é o principal entrave. As pessoas têm dificuldades de enxergar como se daria uma economia de baixo carbono”, afirma Paula.

Segundo a coordenadora, o Brasil é mais maleável para discutir práticas de redução de CO2, no entanto, a aceitação fica apenas no discurso. “As propostas climáticas que levamos ao governo são bem recebidas, mas acabam não sendo implementadas. É difícil, porque teoricamente apoiam, mas não vemos ações efetivas. Quando chegou a crise, por exemplo, houve incentivo à indústria automobilística”, analisa.

Para ela, o cenário está melhorando, porém de forma lenta. “Se o Brasil conseguisse acabar com o desmatamento, já cortaria dióxido de carbono em 40%. Seria o suficiente para o nosso país”.

O Movimento

O Movimento 350 foi fundado nos Estados Unidos pelo autor Bill McKibben, que escreveu um dos primeiros livros sobre aquecimento global para o público geral, juntamente com uma equipe de sete jovens.

O grupo dirigiu uma campanha em 2007 chamada Step It Up, que organizou mais de duas mil marchas pelos 50 estados norte-americanos. As ações convenceram líderes políticos, incluindo o então senador Barack Obama, a adotar o apelo pela redução das emissões de CO2.

“Como a mudança climática não é uma guerra, não é palpável, as pessoas ainda tem dificuldade de entender a gravidade. Elas sentem-se culpadas por destruirem a natureza, mas isso muitas vezes não leva à ação. A ideia é estimular a agir”, conclui Paula.

Para organizar um evento local, acesse a página www.350.org/pt/oct10. Também é possível visualizar exemplos de ações em www.350.org/pt/ideias.

ANS estabelece prazos máximos de atendimento a clientes de planos de saúde

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu prazos máximos de atendimento aos clientes de planos de saúde. Os prazos, a serem cumpridos pelas operadoras de planos de saúde, variam de três a 21 dias, dependendo da especialidade.

As operadoras terão, por exemplo, sete dias para providenciar atendimento odontológico e básico (pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia, cardiologia, ortopedia e traumatologia). No caso de consultas a fonoaudiólogo, nutricionista e psicólogo, sessões de fisioterapia e terapia ocupacional e exames de diagnóstico por imagem, o serviço deverá ser prestado em até dez dias.

Para procedimentos de alta complexidade e internações eletivas (que não são de emergência), o tempo máximo é de 21 dias. Os prazos serão oficializados em uma instrução normativa da ANS, que deve ser publicada na próxima semana.

De acordo com ANS, se a operadora desrespeitar os prazos, correrá o risco de ter o registro suspenso. As empresas poderão apresentar à agência um plano alternativo, caso aleguem falta de condições para cumprir os prazos de atendimento.

A ANS tomou a medida depois de pesquisar os prazos adotados e considerados razoáveis pela maioria dos planos. Segundo o estudo, nas consultas básicas, 9,6% das operadoras consideram razoável o serviço ser prestado no prazo superior a 16 dias. Nas consultas de outras especialidades, 24,8% realizam e 25,3% entendem como razoável espera de 8 a 15 dias pelo atendimento.

Em relação às cirurgias eletivas com implante, 48,9% adotam prazo de até 30 dias e 52% consideram o tempo razoável. Foram ouvidas 840 operadoras, o equivalente a 72,3% do setor, com 42 milhões de usuários, correspondendo a 89% do total.

Ministério da Saúde pesquisa perfil dos usuários de crack no país

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O aumento no consumo do crack e sua disseminação entre as classes sociais vêm preocupando as autoridades brasileiras. Como ainda faltam no Brasil dados precisos sobre o perfil do usuário da droga, o Ministério da Saúde informou hoje (4) que pretende divulgar até o início do ano que vem os resultados de um estudo que está desenvolvendo nas cidades do Rio de Janeiro, de Macaé (RJ) e de Salvador (BA). O objetivo é direcionar de forma mais eficiente as ações do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, que está recebendo R$ 140,9 milhões, em verbas federais.

De acordo com o ministério, essas cidades foram escolhidas porque já eram alvo de atividades na área, promovidas pelas universidades federais locais – Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal da Bahia.

Para mapear a situação, o levantamento está dividido em seis partes que incluem a coleta de dados sobre moradia, idade e sexo de pessoas que usam crack; além de comportamentos de risco para doenças sexualmente transmissíveis, como hepatite e aids, já que muitos dependentes se prostituem em troca de dinheiro para comprar a droga.

Outro aspecto que o estudo vai traçar é o diagnóstico do tipo de serviço público mais procurado por quem deseja abandonar o vício. De acordo com o Ministério da Saúde, um dos principais desafios é garantir a vinculação do paciente ao trabalho desenvolvido por essas instituições, evitando que o paciente abandone o tratamento, que precisa ser cada vez mais rápido, como destaca a diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Ivone Ponczek.

“O crack trouxe muitas mudanças no tipo de tratamento oferecido. Como é uma droga que causa dependência rapidamente, temos que agir da mesma forma. Antes da sua disseminação, a ação era gradativa. Com ele, pode não dar tempo, principalmente pela compulsão forte que é provocada e porque muitas vezes o paciente vai e não volta mais”, explicou, afirmando que a proporção de atendimentos de viciados na droga aumentou bastante nos últimos três anos.

“Hoje, de cada dez atendimentos, cerca de sete são em função do crack”, disse. A diretora do Nepad também alerta para a progressiva redução da faixa etária de usuários da droga, “atingindo crianças de 8, 9 anos, num processo estarrecedor”, completou.

Segundo ela, o baixo preço – com R$ 0,50 é possível comprar uma pedra – aliado à rapidez das sensações que provoca ajudam a explicar a procura pela substância.

O psiquiatra Jairo Werner, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou que além das consequências físicas, há os graves problemas sociais já que, para comprar a droga, a pessoa com o vício é capaz de agir com violência, cometer crimes e se prostituir.

“É uma questão social grave que já não está restrita às classes econômicas mais baixas. Para combatê-la e evitar que essa tragédia aumente é preciso desenvolver um trabalho preventivo enorme, envolvendo diversos setores da sociedade, como saúde, assistência social e segurança, tanto na esfera governamental como fora dela”.

Ecstasy, cocaína e crack formam o coquetel da morte precoce

Além de coibir o uso, sociedade de cardiologia quer capacitar médicos para o atendimento do usuário que infarta por uso de droga
O estresse e o estilo de vida não saudável têm mais uma companhia para impulsionar os casos de infarto em jovens com menos de 30 anos. Segundo os números apresentados no Congresso Brasileiro de Cardiologia de Belo Horizonte, três em cada dez pessoas que infartam antes de completar trigésimo aniversário usaram drogas no dia da pane cardíaca.

“Não conseguimos contabilizar quantas acabam com danos no coração, mas não vão ao médico. Pelos dados internacionais, o que sabemos é que 15% dos usuários de cocaína convivem com seqüela cardíaca”, afirmou o cardiologista Rui Ramos.

“Quando eles chegam ao hospital estão em um quadro muito grave e é preciso conhecimento de quem atende estes pacientes no pronto-socorro porque a conduta é diferenciada e nem todos os medicamentos podem ser aplicados”, completou o especialista ao ressaltar que este tipo de infartado quase nunca admite que usou droga. “É um uso envergonhado. Eu, em minha carreira, cansei de atender pacientes com quadro clássico de overdose, mas só três admitiram o uso.”

O médico da Sociedade Brasileira de Cardiologia Dikran Armaganijan afirmou que a cardiologia de todo o País precisa estar atenta a este fenômeno. Fizemos um levantamento com estudantes de 14 a 16 anos e 17% deles afirmaram já ter usado. Hoje, temos uma variação de drogas letais ao coração. Além da cocaína, há o ecstasy, o crack e as dorgas para emagrecer. Relatório divulgado este ano pelo Observatório de Drogas da União Europeia chamou ainda atenção para outros comprimidos entorpecentes, sintéticos, produzidos em laboratório e vendidos pela internet que são ainda mais nocivos para o músculo cardíaco e aparelho circulatório.

Nos dia 13 e 14 de outubro o Colégio Estadual José Leite Lopes / NAVE abrirá suas portas para a comunidade.

O projeto Nave foi pensado sobre três fundamentos com a finalidade de fomentar a inovação educacional: o Colégio Estadual José leite Lopes, de Ensino Médio Integrado em período integral, onde oferecemos disciplinas voltadas para a formação em programação de jogos, geração de multimídia para TV digital e roteiros interativos; o Centro de Pesquisa desenvolvido pelos nossos professores e o Centro de Disseminação onde a teoria passa a ser prática, dentro de uma visão interdimensional pensando no jovem do mundo contemporâneo.

No dia 13/10, quarta-feira, os nossos alunos estarão apresentando alguns de seus trabalhos desenvolvidos nas diversas áreas de conhecimento de 9 h às 16h. No dia 14/10, quinta-feira, teremos uma série de palestras onde apresentaremos a nossa proposta e linhas de pesquisa desenvolvidas pelos nossos professores com início às 9h.

Queremos abrir nossas portas para todos que queiram conhecer um pouco do trabalho desenvolvido nesse espaço inovador.

No dia 13, quarta-feira, as escolas que queiram trazer mais de 20 alunos deverão agendar com antecedência o horário da visita. E, para o dia 14, quinta-feira, também será necessário o agendamento, pois estaremos disponibilizando somente 100 vagas. Os agendamentos deverão ser feitos pelo telefone 2572-5750.

Queremos abrir nossas portas para todos que queiram conhecer um pouco do trabalho desenvolvido nesse espaço inovador.



Sejam bem-vindos!

DIRETO DO D.O.

A MultiRio distribui a partir deste mês nas escolas da rede municipal mais um volume da coleção Multikit, que reúne DVDs com materiais audiovisuais educativo-culturais. O tema do novo número é a série Rio, uma Cidade de Leitores, que discute a literatura e a sua interface com outras formas de mídia e de arte, como cinema e música. O volume reúne 12 programas da série que privilegiam diferentes temas do universo infanto-juvenil. O portal MultiRio (www.multirio.rj.gov.br) coloca à disposição dos professores informações adicionais ao Multikit.


A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil e o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira, em Jacarepaguá, celebram nos dias 13 e 14 de outubro os dez anos da residência multiprofissional em Saúde Mental da unidade. A programação inclui palestras e mesas-redondas.


Decreto publicado hoje estabelece gratificação natalina, exercício 2010, no valor de R$ 82,00 para servidores municipais da Administração Direta e Indireta, cuja remuneração total seja de até R$ 3.570,00. O pagamento será feito sob a forma de Cartão Cesta de Natal.

Repartições públicas municipais terão ponto facultativo no dia 11 de outubro

SITES DE ARTE

Moma

Site oficial do Museu de Arte Moderna de Nova York.
http://www.moma.org/




Metropolitan

Com seções exclusivas para o público adolescente e infantil, a página do Museu de Arte Metropolitan ainda oferece um dispositivo que possibilita ao internauta criar suas próprias galerias virtuais.
http://www.metmuseum.org/




História da arte

Textos resumidos sobre a história da arte no Brasil e no mundo, da pré-história ao modernismo.
http://www.historiadaarte.com.br/




Casa Buonarotti

O site proporciona uma visita às obras de Michelangelo.
www.casabuonarroti.it




Canal Contemporâneo

Portal traz um completo panorama do que é feito no Brasil no campo das artes plásticas.
http://www.canalcontemporaneo.art.br/




Artcyclopedia

Mecanismo de busca que permite a visualização online de pinturas, esculturas e outras obras de arte. A pesquisa pode ser feita por artista e, quando possível, por movimento, tipo de obra, tema e nacionalidade. Em inglês.
http://www.artcyclopedia.com/


Professor Recomenda

Movimento.com

Portal brasileiro de música erudita. Contém informações sobre compositores, intérpretes, obras, espetáculos etc.
http://www.movimento.com/


Professor Recomenda

Projeto Portinari

No site, o internauta encontra as homepages oficiais dos principais nomes da arte nacional. Com isso, pretende reunir uma coleção representativa que será organizada em períodos históricos, sendo referência na Internet.
http://www.portinari.org.br/


Professor Recomenda

Revista Museu

Site disponibiliza informações sobre exposições em grande parte dos museus e institutos culturais brasileiros.
http://www.revistamuseu.com.br/




UOL Educação - Artes

Disponibiliza resumos dos principais temas abordados pela disciplina.
http://educacao.uol.com.br/artes/




Portal Artes

Portal de história da arte reúne um grande acervo de artistas e suas obras. O site também oferece links para os mais diversos endereços eletrônicos relacionados ao mundo da arte.
http://www.portalartes.com.br/




Artes:

Site que oferece atualidades e notícias sobre a arte contemporânea
http://www.artesdoispontos.com/




Museus

Oferece sites de museus do mundo, do Brasil e de museus virtuais. Também possui grandes nomes de artistas e seus respectivos auto-retratos.
http://www.museus.art.br/




Itaú Cultural

Site do Itaú Cultural, Instituto localizado na cidade de São Paulo, que reúne obras de muitos artistas da cena contemporânea. O Itaú Cultural também é muito conhecido por realizar exposições de arte e tecnologia e fotografia.
http://www.itaucultural.org.br/




História da Música

Trajetória histórica da música desde a antiguidade até o modernismo. Saiba sobre a origem da música no Egito, Grécia, Roma, Palestina, Índia e China.
http://www.edukbr.com.br/artemanhas/historiadamusica.asp




Música Caipira

História da música caipira.
http://www.musicacountry.com/caipi.htm




Collectors

Oferece acervo de videoclipes e letras de músicas brasileiras das décadas de 1940 e 50.
http://www.collectors.com.br/




História da Arte

Site que sugere filmes sobre diversos períodos históricos como: Pré-História, Egito, Idade Média, Grécia, Roma, Renascimento, Romantismo, século XX, História do Brasil etc.
http://www.historiadaarte.com.br

Repetência não melhora desempenho de aluno - APRENDIZ

Repetência não melhora desempenho de aluno, diz pesquisa

Estudar a mesma série duas vezes seguidas não contribui em nada para a aprendizagem das crianças com dificuldades. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Três pesquisadoras analisaram o desempenho de 41 mil estudantes em dois anos seguidos. Elas garantem que os alunos que ficaram para trás continuaram sem aprender o que deveriam.

As pesquisadoras Vania Candida da Silva, doutoranda em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG (Cedeplar), Juliana de Lucena Ruas Riani, da Faculdade de Itaúna, e Tufi Machado Soares, da Universidade Federal de Juiz de Fora, dizem que se não houver projetos específicos para ajudar essas crianças, a repetência só aumenta os traumas e a desmotivação.

“A repetência por si só não é benéfica para o aluno que não consegue adquirir habilidades adequadas ao longo do ano. Se ele não tiver acompanhamento diferenciado, de nada adianta. A reprovação deve ser indicada apenas em casos extremos. Se o método não mudar, esse aluno que não aprendeu vai continuar sem aprender, com a auto-estima baixa e desmotivado”, afirma Juliana.

Durante a pesquisa “Repetir ou progredir? Uma análise da eficiência da repetência nas escolas públicas de Minas Gerais”, Vania, Juliana e Tufi avaliaram os resultados de 41 mil alunos que participaram do Programa de Avaliação do Ciclo Inicial de Alfabetização (Proalfa) de 2008 e 2009. Criado em 2005, o exame pretende medir o desempenho de alunos das séries iniciais das escolas públicas municipais e estaduais de Minas Gerais.

O Proalfa avalia, anualmente, conhecimentos de leitura e escrita de estudantes do 3º ano do ensino fundamental. Aqueles que não obtêm bons resultados repetem a avaliação no ano seguinte, independentemente da série que estejam cursando. As 41.635 crianças analisadas no estudo apresentaram baixo desempenho em 2009. Do total, 5.483 eram repetentes.

Segundo Juliana, entre os estudantes que apresentaram baixo desempenho em 2008, os que foram aprovados mostraram evolução maior na avaliação do que os repetentes na prova aplicada em 2009. “O que só prova que não adianta repetir sem oferecer acompanhamento adequado ao aluno para que ele supere as deficiências. As séries iniciais são a chave de todo o ensino, por isso escolhemos essa fase para estudar”, diz.

Complicadores
As pesquisadoras ressaltam que, na rede pública mineira, existe uma orientação para que as crianças não sejam reprovadas no ciclo de alfabetização (três primeiras séries do ensino fundamental) e entre os 4º e 5º anos do fundamental. Apesar disso, muitos estudantes continuam sendo reprovados. A rede estadual registrou 9,84% de repetência no 3º ano e a municipal, 14,69%.

No País, o índice de reprovação em 2008 – últimos dados divulgados pelo Ministério da Educação – chegou a 13,5% no 3º ano do fundamental. A porcentagem representa pouco mais de meio milhão de estudantes: 526 mil crianças. Para o Conselho Nacional de Educação (CNE), de acordo com o parecer 04/2008, os alunos que cursam as séries iniciais do ensino fundamental, nas quais ainda estão aprendendo a ler e a escrever, não poderiam ser punidos de forma tão severa.

A pesquisa desenvolvida pela UFMG revela ainda que os meninos representam a maior parte dos estudantes repetentes (57%) e, nesse perfil das crianças que são reprovadas, a maioria não frequentou a pré-escola. Chama a atenção outra característica, talvez a mais perversa: a minoria dos que repetiram em 2009 passavam por isso pela primeira vez (453). Quase 4 mil crianças que participaram do Proalfa já haviam repetido uma ou até três vezes alguma série do ensino fundamental.

O estudo relaciona o desempenho dos estudantes diretamente à qualidade da escola. Os dados analisados pelas pesquisadoras mostram que a proficiência das crianças repetentes é menor quando elas estudam em colégios que também têm desempenho ruim. “Decidimos estudar o tema por causa da falta de consenso entre especialistas sobre o impacto da repetência na vida escolar da criança e porque a base de dados do Proalfa permite o acompanhamento do desempenho dos mesmos estudantes em dois ou mais anos”, destaca Juliana.

Direto do TWITTER

ClaudiaCostin
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ClaudiaCostin
Voucher para aquisição de livros está sendo distribuído a todos os professores. Avisem se ainda ñ receberam, para me ajudar a monitorar.
ClaudiaCostin
Em 2011, teremos, nas Escolas do Amanhã, programa Saúde nas Escolas. Td escola terá posto p peq atendimentos e será visitado p equipe móvel
ClaudiaCostin
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MultiRio
Ciências Animadas aborda hoje as propriedades e características das moléculas de água, 12h35, no canal 14!

Ensinar a aprender

Por Içami Tiba
Temos vivido na educação escolar a cultura do "passar de ano". É um fazer o mínimo esforço para conseguir o máximo resultado, com o aprender em segundo plano. Em casa, o filho acredita que o importante é ser aprovado pois seus pais lhe imploram: "pelo menos passe de ano!" e ainda usam um recurso legal de se reprovado em uma escola e fazer uma reclassificação em outra escola e ser aprovado. Parece que o aprender não lhes interessa tanto quanto o diploma. Alguns estados brasileiros adotaram a Progressão Continuada, conhecida como aprovação automática, pela qual um aluno não pode ser reprovado a não ser por faltas. A maioria dos professores afirma que a educação piorou. Ser aprovado sem mérito não prepara o aluno para a vida.

O aprender é uma das formas de se construir o conhecimento. Os conteúdos que os professores passam em aulas chegam aos alunos como informações que deverão ser transformadas em conhecimentos. Estes, cada aluno tem que construir o seu. É preciso que ele aprenda esta construção. A informação que chega precisa ser compreendida, aceita, assimilada, experimentada e praticada. Assim, ela é transformada em conhecimento. A prática do conhecimento é a mãe da sabedoria.

Cabe aos professores fazer estas informações chegarem até o aluno, não importa quais recursos usem, e cabe ao aluno transformá-las em conhecimentos. Aos pais, cabe verificar se este aprendizado está ocorrendo.

O cérebro humano não aceita ficar sem resposta a uma pergunta. Pergunta e resposta são complementares, e ambas criaram a civilização humana. Oferecer respostas a quem não perguntou só tem significado a quem está interessado em sempre aprender. Mas se estas não forem usadas também caem no esquecimento.

Os conteúdos passados pelos professores são respostas a perguntas não feitas pelos alunos, portanto nada lhes significam. Se o aluno quer passar de ano, ele precisa responder às perguntas que caem na prova. Se ele é aprovado de qualquer maneira, para que gastar o cérebro em aprender o que nem vai usar? Se para as provas finais os pais lhe suprem com professores particulares, para que prestar atenção em sala de aula todos os dias? Se o aprender não tem significado, para que estudar?

A criança tem vontade de crescer e de ser e saber como o adulto que lhe ensina, protege e provê. A criança quer mostrar o que aprendeu. Isso lhe dá auto-estima. O adolescente quer enfrentar tudo sozinho, como se fosse dono de sua vida, não dependesse de ninguém, demonstrar que sabe mesmo sem saber e fazer o que tem vontade, mesmo que contrarie seus provedores. Não se pode querer ensinar uma criança e um adolescente da mesma maneira.

O adolescente já tem a capacidade de pensar do adulto, portanto o seu cérebro já funciona no esquema pergunta-resposta. O que os professores de adolescentes não captaram ainda é que os conteúdos das suas aulas são respostas a perguntas não feitas pelos alunos. Isto é, os alunos precisam aprender a perguntar. Geralmente, um professor não se pergunta para que serve ao adolescente o que ele está ensinando.

Quando um aluno aprende a existência da gravidade, percebe que ela está presente em todos os movimentos. Se não souber dela, tudo acontece à sua volta como se fosse natural. Quem descobriu a gravidade, segundo histórias, foi aquele que quis saber por que a maçã caiu na sua cabeça. As maçãs que já caiam antes desta descoberta continuam e continuarão caindo nas cabeças dos distraídos, mas agora já sabemos o porquê.

A MÚSICA SOCIAL

Artigo bem interessante sobre o prazer que a música proporciona aos nossos ouvidos, pode servir como uma poderosa ferramenta de inclusão social, como prova os exemplos do Iinstituto Baccarelli e do AfroReggae

Portal Ciência & Vida - Filosofia, História, Psicologia e Sociologia - Editora Escala.

Bullying: Como reconhecer agredido e agressor?

Por Içami Tiba

Bullying é uma ação abusiva de uma pessoa mais forte para uma mais fraca que não se defende, escondido dos adultos ou pessoas que possam defendê-la.

Esta ação abusiva do bullying é caracterizada por agressão e violência física, constrangimento psicológico, preconceito social, assédios, ofensas, covardia, roubo, danificação dos pertences, intimidação, discriminação, exclusão, ridicularização, perseguição implacável, enfim: tudo o que possa prejudicar, lesar, menosprezar uma pessoa que se torna impotente para reagir e não revela a ninguém para não piorar a situação.

O agressor é ou está mais forte no momento do bullying, tanto física e psíquica quanto socialmente. Sua vítima, que é ou se encontra impotente para reagir sozinha, precisa de ajuda de terceiros. Além disso, o agressor usa de sua extroversão, da facilidade de expressão, da falta de caráter e ética, de fazer o que quer ignorando a transgressão ou contravenção e abusa do poder de manipulação de outras pessoas a seu favor. O agressor se vale das frágeis condições de reação da vítima e ainda o ameaça de fazer o pior caso ele conte para alguém. Assim, a vítima fica sem saída: se calar, o bullying continua, se tentar reagir, a agressão pode piorar. O número de agressores é geralmente menor que o das vítimas, pois cada agressor produz muitas vítimas.

A vítima é geralmente tímida, frágil e se apequena diante do agressor. Ela tem poucos amigos e os que têm são também intimidados e ameaçados de serem os próximos a sofrerem o bullying, apresenta alguma diferença física, psicológica, cultural, racial, comportamental e/ou algo inábil (destreza, competência etc.).

Mesmo que a vítima não fale, seu comportamento demonstra sofrimento através da perda de ânimo e vontade de ir para a escola (se o bullying lá ocorreu), da simulação de doenças, das faltas às aulas, dos abandonos escolares, da queda do rendimento escolar, do retraimento em casa e na sala de aula, da recusa de ir ao pátio no recreio, de hematomas ou outros ferimentos, da falta ou danificação do seu material pessoal e escolar etc.

Os futuros de todos se comprometem se o bullying não for combatido assim que descoberto. Os agressores, que já vinham em geral de famílias desestruturadas, tendem a manter na sociedade o comportamento anti-social desenvolvidos na escola, tornando-se contraventores e prejudiciais à sociedade. Os agredidos levam suas marcas dentro de si prejudicando seu futuro com uma desvalia e auto-estima baixos, alguns tornam-se revoltados e agressivos, vingando-se ao cometer crimes sobre inocentes da sociedade e até mesmo tornando-se contraventores.

Tanto a escola quanto os pais têm de ficar atentos às mudanças de comportamentos das crianças e dos jovens. Não se muda sem motivo, tudo tem uma razão de ser. Nenhum adulto pode instigar a vítima a reagir sozinho. Se ela pudesse já o teria feito. Foi por autoproteção que ela nada fez nem contou a ninguém.

Para o trabalho de prevenção e atendimento ao bullying sugiro quatro frentes:

* Com as testemunhas: estimular a delação saudável, explicando que o silencioso é conivente e cúmplice do agressor. Garantir proteção e sigilo às testemunhas, que permanecerão no anonimato, aceitando seus telefonemas, e-mails, MSN, bilhetes ou pessoalmente as indicações dos agressores.

* Com as vítimas, mantendo-as sob vigilância “secreta” sob a atenção de todos os adultos da escola e adolescentes voluntários neste ato de civilidade no combate ao bullying. É perda de tempo esperar que as vítimas venham a reclamar dos seus agressores. É também uma conivência e cumplicidade com o agressor.

* Com os agressores, é necessário aplicar o princípio das conseqüências que são medidas tomadas pelas autoridades educacionais que favoreçam a educação. O simples castigo não educa. O agressor identificado deve fazer trabalhos comunitários dentro da escola, como auxiliar em algum setor que tenha que atender às necessidades das pessoas. Pode ser numa biblioteca, na cantina da escola, enfermaria ou setor equivalente etc. No lugar de agredir a vítima, ele deverá cuidar dela. Quem queima mendigos deve trabalhar com queimados, fazendo-lhes curativos e não ir simplesmente para a cadeia. Isso deve ser feito durante o recreio ou intervalo, usando o uniforme usual do setor.

* Integração entre escola e pais, tanto do agressor quanto da vítima: quanto mais se conhece as pessoas, mais elas se envolvem e menos coragem têm para fazer mal umas às outras. Mudanças destes alunos para outras escolas não são indicadas. Todos aprenderão na correção dos erros praticados e não através dos erros cometidos.

ODESAFIO DA INCLUSÃO ESCOLAR

O desafio da inclusão escolar
Por Içami Tiba

A inclusão escolar é uma recomendação baseada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96.


Fica a pergunta: Qual a população que já está excluída da escola e que necessita desta recomendação?


É a população formada por pessoas que não conseguiram ser matriculadas por apresentarem diferentes deficiências (visuais, auditivas, da fala, mentais etc) que dificultassem o aprendizado regular. São as pessoas deficientes visuais, auditivas, mentais etc., que necessitam de recursos especiais para o aprendizado natural, apresentado pela maioria da população.


A lei acima tem boa intenção, pois muitos cadeirantes estão excluídos não pela dificuldade de aprendizado, mas de locomoção. Assim como a sociedade ainda é deficiente para atender as demandas dos cadeirantes, a escola também é, pois não apresenta condições físicas satisfatórias, tais como banheiros e refeitórios adaptados ou rampas e facilitações de acesso que possibilitem o seu direito de ir e vir sem depender de terceiros. O descaso de cidadãos sem ética nem civilidade que não respeitam nem as demarcadas vagas de carros a cadeirantes também ocorre na escola. Ou não seria o caso desta exclusão já existir na escola? Há deficiências físicas, como a de voz, a visual e a auditiva, em que as pessoas que as têm apresentam inteligência compatível com o aprendizado escolar, mas necessitam de ajuda de terceiros ou de recursos especiais para o seu aprendizado. Muitas escolas teriam que se adaptar para receber os cadeirantes para não exigir demais a ajuda de terceiros. Acredito no desenvolvimento da cidadania e civilidade de todos os envolvidos na inserção do cadeirante.


Uma sociedade deveria ter a possibilidade de atender a todos os tipos de deficiências. Isso poderia ser feito também na escola, para benefício inclusivo em salas de aula, desde que também houvesse pessoas e/ou recursos auxiliares extras, como a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para surdo-mudos, leitura Braille para cegos etc. Uma pessoa com deficiência deveria freqüentar uma escola regular, desde que contasse também com professores especialmente capacitados.


Para que a citada recomendação fosse à prática diária dos professores em sala de aula seriam necessárias no mínimo duas medidas iniciais:



1. Acabar com a cultura da expulsão do aluno da escola e da sala de aula. As autoridades pedagógicas que usam deste expediente estão praticando a cultura da exclusão. Esta exclusão escolar alimenta a exclusão social, sejam lá quais forem os motivos nas quais se fundamentem os pedagogos. Antigamente, os leprosos eram excluídos da sociedade por não conhecerem na época os tratamentos que hoje são praticados.

2. Desenvolver e promover a cultura da inclusão de alunos regularmente matriculados através de medidas de adoção daquele aluno que seria expulso (por não fazer a lição, não estar de uniforme, perturbar o bom andamento da aula, confrontar autoridade pessoal dos pedagogos, etc.). O líder pedagógico e professores em geral poderiam estimular os alunos a adotarem alunos perturbadores. Poderiam acolher colegas voluntários que pudessem funcionar como tutores pessoais dos alunos em defasagem para ajudá-los a serem incluídos.

Não será por uma recomendação legal que os alunos que apresentam algumas deficiências serão incluídos em salas de aulas regulares, pois estes alunos sentir-se-ão mais excluídos se não receberem os cuidados de que realmente precisam. A inclusão será natural quando os professores forem capacitados para trabalharem também com as diferenças pedagógicas já no seu currículo de formação acadêmica ou como atualização obrigatória dos professores já formados.

Escolas analógicas, alunos digitais

Publicado em 28.09.2010 - JORNAL DO COMMERCIO
Especialistas afirmam que professores precisam introduzir na sala de aula o modo como os estudantes utilizam recursos tecnológicos como a internet

Rafael Dantas

Tecnologia na educação representa muito mais que digitar os trabalhos escolares e imprimir ou ter uma aula de informática no laboratório da escola. Para os especialistas em ensino, as possibilidades que os diversos apetrechos tecnológicos possibilitam para a vida dos alunos pedem mais que a simples inclusão de novos aparelhos no ambiente de aprendizagem, mas exige uma própria transformação da escola, que atende crianças e adolescentes da geração digital, mas segue com métodos de ensino analógicos.

Para a professora Maria Auxiliadora Padilha, vice-coordenadora da pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica da UFPE, um dos problemas centrais da escola é a falta de interesse dos alunos, gerada pelo distanciamento do ambiente escolar do seu dia a dia. “A vida em sociedade está completamente modificada e, em grande parte, em função dos avanços tecnológicos, mas não vemos essas mudanças na escola, que vai se afastando cada vez mais da necessidade dos alunos, e os alunos se afastam dela.”

Até a forma como os alunos aprendem hoje é estranha para os educadores da era analógica. Enquanto o estudante tradicional se desloca para um lugar silencioso, se concentra e começa a ler, o jovem digital estuda enquanto está fazendo outras atividades. A rigidez das disciplinas escolares e o sequencialismo proposto pelos currículos têm um forte choque com a maneira de aprender dos alunos atuais. “Essa geração estuda com o computador ligado, no MSN, com vídeo, escutando música. Essa é a forma deles se concentrarem e estudarem, enquanto ensinamos para trás, de forma totalmente analógica”, disse Maria Auxiliadora Padilha.

Outro entrave para que a dinâmica da escola seja incluída digitalmente é ainda a resistência de muitos professores, principalmente dos mais antigos, que tiveram toda uma formação analógica. Enquanto os alunos aprendem naturalmente a fazer uso das novas tecnologias, baixando vídeos e músicas ou se relacionando nas redes sociais, os educadores têm imensas dificuldades em aprender as funções dos novos instrumentos de trabalho e, mesmo quando usam para se comunicar ou para resolver questões pessoais, não sabem como aproveitá-las de forma educativa.

Diante das barreiras na aprendizagem do uso das novas tecnologias, o professor do Departamento de Psicologia da UFPE e consultor do Cesar.edu, Luciano Meira, defende que o educador precisa assumir um papel mais nobre que ensinar os alunos a usarem o computador. Afirma que ele deve conhecer as possibilidades de aprendizagem nos novos meios e desafiar o estudante a aprender com elas. “O aluno sozinho descobre como usar o computador. O professor precisa saber os limites de conhecimento que esse artefato pode produzir e dar problemas para os alunos resolverem”, recomenda o especialista.

Para uma utilização adequada e produtiva dos meios, é fundamental que a escola compreenda o que o aluno faz na rede para fazer um uso pedagógico desses espaços. Dentro das lan houses, por exemplo, 43% dos usuários usam jogos digitais e a maioria interage com outras pessoas através das redes sociais, segundo informações do Porto Digital. “O professor precisa compreender sobre como o aluno aprende no ambiente virtual e usar isso como um trampolim para ensinar os conteúdos da escola”, declarou Luciano Meira.

EXPERIÊNCIAS

No meio de um cenário ainda novo para a maioria das escolas, existem diversos esforços para, no mínimo, criar nesse momento uma estrutura e dinâmicas que permitam uma forma mais moderna de aprender, focada no interesse do aluno. O Colégio Apoio teve recentemente um dos seus projetos, integrando informática e matemática, aprovado e apresentado para a Sociedade Brasileira de Educação Matemática. O De cá pra lá... pelas ruas do Recife trabalhou com os alunos diversos conceitos geométricos, com conhecimentos de informática, usando ferramentas da internet, como o Google Earth e alguns softwares educativos.

A inserção da robótica no currículo do ensino fundamental (nos colégios Motivo e Apoio) é outra iniciativa que tem atraído bastante o interesse dos estudantes. Em equipes, os alunos montam os robôs, programam suas funções e fazem relatórios das suas atividades. O Colégio Apoio é bicampeão brasileiro de robótica, numa competição nacional organizada pela Nasa, em parceria com a Lego Education. “Atrelamos a tecnologia utilizada à escola para melhorar a aprendizagem e para desenvolver projetos voltados à sustentabilidade. Foi unindo conceitos de robótica com outras matérias que nossos alunos representaram o Brasil em Atlanta e em Taiwan”, disse a diretora pedagógica Rejane Maia.

A utilização em larga escala da internet em sala de aula, levou o Colégio Motivo a investir em uma rede de fibra ótica para oferecer aos alunos e funcionários do colégio conexão em alta velocidade. Além de projetores e computadores em todas as salas de aula, a escola dispõe de notebooks até para o ensino infantil, a partir dos 3 anos.

“Como temos mais de 500 pontos de rede no colégio, sentimos a necessidade de trazer um sistema que permitisse que todos usassem a internet de alta qualidade. Poderemos fazer até videoconferência com professores de outros Estados”, disse o diretor pedagógico do Motivo, Eduardo Belo, que aponta como tendência para o futuro a disposição das famílias em adquirir e-books para os alunos.

Professor do infantil não é babá

Publicado em 28.09.2010 Jornal do Commercio

Ensinar a crianças pequenas exige do profissional uma boa formação, afinal de contas jardim de infância não é parquinho, pois é lá onde tudo começa

Amanda Tavares

Ao pé da letra, a sigla do Enem – Exame Nacional do Ensino Médio – significaria uma análise do desempenho dos estudantes nos três últimos anos da educação básica. Mas, para um bom resultado, são necessários muito mais do que três anos de preparação. Os conhecimentos adquiridos pelos alunos desde os primeiros anos em que frequentam a escola são requisitos primordiais para um bom desempenho nas séries seguintes e, consequentemente, na avaliação. Essas mudanças incentivam escolas, educadores, pais e sociedade em geral a darem a importância devida à educação infantil, que atende a crianças de 0 a 5 anos. Documento publicado pelo Conselho Nacional de Educação, em 2009, determina: “É dever do Estado garantir a oferta de educação infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção”.

Instituições que atendem a esse público deixam, então, de serem observadas apenas como espaços onde as crianças iam brincar. Professoras não mais podem ser vistas apenas como “cuidadoras” dessas crianças, pois exercem a função de educar. É por esses motivos que pais e responsáveis por crianças que começarão a frequentar a escola em breve precisam estar atentos. Antes mesmo de observar o ambiente, deve-se prestar atenção a detalhes como a metodologia adotada e, principalmente, ao nível de preparo dos professores. Da mesma forma que existe uma grande quantidade de escolas que contratam pessoal despreparado, existem outras instituições conscientes do dever de educar e que, por isso, preocupam-se em contratar profissionais competentes e comprometidos.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), não é necessário ter formação superior para ser professor de educação infantil, mas a concorrência acirrada do mercado de trabalho dita que quanto melhor o currículo do professor, mais chances ele tem de entrar numa instituição de ensino de qualidade.

Diretora pedagógica de uma escola de educação infantil e ensino fundamental, Christiana Cruz afirma que todas as professoras da escola em que trabalha possuem, ao menos, graduação. “A maioria delas foi além. Muitas têm pós-graduação”, afirma. Nas escolas públicas municipais, o critério adotado para a contratação de professores é parecido. “Quando há concurso, não podemos exigir, no edital, que os candidatos tenham curso superior. Mas a concorrência é alta e acabam sendo aprovados aqueles candidatos com nível superior. Temos, ainda, a prova de títulos, que beneficia pessoas com currículo mais rico”, explica a técnico-pedagógica da Gerência de Educação Infantil Isleide Carvalho. “Promovemos com frequência cursos de formação para professores. Existe um centro específico para isso, inaugurado em 2009, onde constantemente são realizados os cursos”, garante a diretora-geral de ensino, Lenira Silveira, acrescentando que é constante a realização de parcerias com instituições especializadas em capacitar professores, como as universidades.

Na escola em que a educadora Maristela Muniz coordena a educação infantil, também é requisito básico ter concluído o curso de pedagogia para atuar na educação infantil. Mas ainda há outra exigência: as profissionais precisam ter o sábado livre, pois é um dia reservado para capacitações de professoras. “Em média três sábados por mês a gente recebe profissionais de fora que capacitam as professoras. E também promovemos encontros de capacitação entre os profissionais da escola”, salienta. Além disso, semanalmente a coordenadora se reúne, ao menos uma vez, com cada educadora. “É o momento que temos para avaliar como estão as atividades, o desenvolvimento do planejamento e também observar as necessidades e dificuldades de cada professora”, diz, salientando que professoras interessadas em enriquecer o currículo são incentivadas pela escola. “As que concluem pós-graduação recebem aumento no salário. E as que saem para capacitações, como congressos, têm o nosso apoio, desde que os cursos atendam às necessidades da realidade de cada uma delas”, explica.

Além de atuar como diretora pedagógica de uma escola, Vera Acioli coordena a educação infantil da mesma instituição. Para ela, exigências na qualidade da formação dos professores são necessárias, pois não é fácil realizar a transposição das teorias educacionais à prática na educação infantil. “É preciso ter muito estudo e boa formação. Sentimos essa dificuldade quando precisamos realizar seleção de professores. Por exemplo, aqui na escola trabalhamos com a teoria construtivista. Os professores precisam conhecer essa teoria”, afirma. “Percebemos que muitos professores chegam da universidade carentes de experiências. Aprendem no dia a dia. Uma carência grande que percebemos é em relação à formação cultural. Por isso promovemos passeios a museus, centros culturais, sítios históricos. Ainda assinamos revistas e jornais, não somente da área de educação, mas também de notícias gerais. Deixamos à disposição dos professores”, enumera.

Todas essas características foram observadas pela relações-públicas Renata Oliveira quando foi matricular o filho, Luiz Eduardo, hoje com cinco anos. “Existem várias escolas perto da minha casa, mas estava preocupada em escolher uma de qualidade. “Escolhi uma que tem alto índice de aprovação no vestibular, pois pretendo deixar Luiz Eduardo lá até o final do ensino médio. Observei detalhes como exigência de fardamento, alimentação servida e percebi que as professoras têm boa formação. Acompanhei aulas em vários colégios para observar as metodologias e, numa delas, presenciei a professora dizer: – Tá doido?, com um garoto que esbarrou nela, num momento em que brincava”, afirma. Hoje Renata se diz satisfeita com o desenvolvimento do garoto na instituição escolhida.